Recentemente, a influência das redes sociais na percepção do corpo entre os jovens tornou-se um tema de preocupação crescente entre especialistas em saúde e estética. Nesses ambientes digitais, a constante exibição de corpos “perfeitos” e vidas idealizadas cria uma pressão imensa para que os jovens correspondam a padrões de beleza muitas vezes irreais e inatingíveis.

 

As redes sociais, como Instagram e TikTok, são plataformas populares entre os adolescentes e jovens adultos. Para Hugo Sabath, cirurgião plástico da Clínica Libria, a necessidade de maturidade emocional e reflexão cuidadosa antes de optar por qualquer tipo de procedimento estético.

 

 



 

Hugo aponta que essa exposição constante afeta a autopercepção dos adolescentes, levando muitos a buscar mudanças estéticas prematuras, seja por meio de dietas extremas, tratamentos estéticos ou cirurgias plásticas. “Os adolescentes estão em uma fase de formação da identidade e têm uma maior suscetibilidade a influências externas”, comenta. “Eles ainda estão descobrindo quem são e, nessa busca, se tornam vulneráveis a padrões de beleza que muitas vezes são frutos de filtros e edições digitais”, complementa. 

 

Cirurgias plásticas 

 

Um ponto levantado pelo especialista é que a busca por cirurgias plásticas em idades jovens pode ocorrer sem a devida reflexão sobre os riscos e as consequências. “Se um adolescente está buscando um procedimento apenas para se adequar ao que vê online, é um sinal de alerta”, diz.

 

Para ele, o acompanhamento psicológico e o apoio familiar são essenciais para que se entenda as reais motivações por trás desse desejo.

 

 

 

Ele ainda destaca que, no contexto de desenvolvimento físico, os corpos dos adolescentes ainda estão em transformação. Assim, uma intervenção estética precoce pode não só ser desnecessária como também representar riscos à saúde e ao bem-estar futuro.

 

Duda Guedes

 

Um exemplo que gerou grande debate recentemente foi o caso da influencer Duda Guedes, namorada de Benício Huck, filho dos apresentadores Luciano Huck e Angélica. Aos 16 anos, Duda decidiu colocar próteses de silicone, e a escolha chamou a atenção do público durante o Rock in Rio. Esse caso gerou polêmica por levantar questões sobre a idade apropriada para se submeter a um procedimento tão invasivo.

 

Hugo Sabath pondera que a decisão de Duda ilustra um problema mais amplo: a pressão estética amplificada pelas redes sociais. “Ao observar figuras públicas tão jovens se submetendo a cirurgias plásticas, outros adolescentes podem achar que esse é um caminho necessário para obter aceitação social”, alerta.


Para o cirurgião plástico, é essencial que os adolescentes e suas famílias considerem não apenas o aspecto físico, mas também a maturidade emocional ao tomar decisões que envolvam intervenções estéticas. Ele recomenda que qualquer decisão nesse sentido seja feita com base em um desejo pessoal autêntico e que traga benefícios à autoestima e ao bem-estar, e não apenas para se enquadrar a um padrão de beleza transitório e superficial.

 

“O papel dos pais e dos profissionais de saúde é orientar e ajudar a estabelecer limites saudáveis”, explica. “Uma abordagem holística e integrada, envolvendo apoio psicológico e análise criteriosa dos riscos, é fundamental para garantir que essas decisões sejam tomadas com responsabilidade e segurança.”


O especialista destaca que é crucial que os adolescentes tenham tempo para amadurecer, desenvolver uma autoimagem saudável e entender que a verdadeira beleza vem da aceitação e valorização de quem são. “Em muitos casos, uma conversa honesta pode evitar escolhas precipitadas e trazer um senso mais profundo de satisfação e confiança”.

 

 

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