O Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), nesta terça-feira (29/10), visa destacar a importância de cuidar da saúde cardiovascular e evitar complicações, além de conscientizar a população. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, com informações do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil, o número de mortes por AVC superou o de infarto agudo do miocárdio no Brasil, entre 2019 e junho de 2024.
O levantamento destacou um aumento expressivo nas mortes anuais, especialmente em 2020, quando os óbitos por AVC chegaram a 105.894, enquanto os de infarto somaram 97.779, representando uma diferença significativa em comparação com os demais anos.
O neurocirurgião Victor Hugo Espíndola explica que o AVC ocorre em duas formas principais: o AVC isquêmico, responsável por 80% dos casos, e o AVC hemorrágico. “No AVC isquêmico, uma obstrução impede o fluxo de sangue para o cérebro, privando-o de oxigênio e nutrientes, o que leva à morte das células nervosas. Já no AVC hemorrágico, ocorre um extravasamento de sangue no tecido cerebral, muitas vezes causado pela hipertensão descontrolada”, detalha Victor Hugo, reforçando a gravidade de ambos os tipos.
Para o especialista, a função do Dia Mundial do AVC é essencial para alertar a população sobre os riscos e sintomas da doença. “O objetivo é conscientizar a população sobre a importância e relevância do AVC, um problema de saúde pública que ainda é muito negligenciado e com falta de informação. Hoje vivemos uma epidemia de AVC”, afirma.
Reconhecer os sintomas de um AVC pode fazer a diferença no tratamento e no desfecho do quadro clínico. “O método SAMU – sorrir, abraçar, mensagem e urgência – facilita a identificação dos sinais. A pessoa deve sorrir - se houver assimetria na face, pode ser um indício. Em seguida, pedir para levantar os braços, verificando fraqueza em um dos lados. E, finalmente, observar a fala, se há dificuldade em expressar palavras. Na suspeita de AVC, é essencial buscar atendimento médico imediatamente”, orienta o neurocirurgião.
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Estudos apontam que o controle de fatores de risco, como hipertensão, diabetes, tabagismo e sedentarismo, pode reduzir em até 80% a incidência de AVC. Segundo o neurocirurgião, a prevenção é fundamental. “Essas condições de saúde e estilo de vida inadequado elevam muito o risco de AVC. Controlá-las é um dos passos mais eficazes para evitar a doença”.
As estatísticas indicam que o envelhecimento da população, além do aumento do estresse e hábitos pouco saudáveis, contribui para a crescente incidência de AVC. “Antigamente, a prevalência do AVC isquêmico era maior em homens, mas hoje, com o novo ritmo de vida, vemos uma equiparação entre homens e mulheres, especialmente na faixa etária mais avançada. As mulheres também estão sendo cada vez mais afetadas”, comenta Victor Hugo.
A conscientização sobre os sinais e a importância de um estilo de vida saudável, conforme destaca o profissional, são medidas essenciais para frear o avanço do AVC. “O mais importante é alertar que grande parte dos AVCs é evitável. É necessário que todos tenham conhecimento dos sintomas e saibam como agir rapidamente, já que, no AVC, cada minuto conta para salvar vidas e reduzir sequelas”, aponta.
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