A revista People divulgou, na última segunda-feira (28), a informação de que a modelo Gisele Bündchen estaria grávida de seu terceiro filho, fruto de seu relacionamento com o instrutor de Jiu-Jutsu Joaquim Valente. A top model surpreendeu os fãs ao confirmar a notícia aos 44 anos - idade em que os cuidados com a saúde devem ser reforçados. Neste mesmo mês, a apresentadora Sabrina Sato, de 43 anos, também revelou estar grávida de seu segundo filho. Especialistas esclarecem como mulheres acima de 40 anos devem cuidar da saúde durante essa fase.
O ginecologista César Patez explica que a fertilidade declina após os 35 anos, ou seja, engravidar aos 44 é considerado raro. “Após essa idade, a mulher tem menos óvulos e a qualidade desses óvulos também diminui, o que torna a concepção mais difícil. No entanto, cada vez mais mulheres buscam tratamento de fertilidade, e muitas conseguem engravidar com apoio médico”.
Na fertilização, um óvulo normal deve ter 23 cromossomos, de modo que, quando fertilizado por um espermatozoide também com 23 cromossomos, o embrião resultante terá o total de 46 cromossomos. Mas, à medida que uma mulher envelhece, mais de seus óvulos têm poucos ou muitos cromossomos. Isso significa que, se ocorrer a fertilização, o embrião também terá muitos ou poucos cromossomos.
“As chances de gravidez caem consideravelmente após os 35 anos e reduzem de uma forma extremamente abrupta a partir dos 38, 39 anos. Para se ter uma ideia, enquanto a chance de gravidez em um ano de tentativas é de 96%, aos 25 anos é de 84% aos 35 anos, aos 40 anos essa taxa cai para 55% e para 35% aos 43”, destaca Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime.
Os especialistas destacam que tecnologias como a fertilização in vitro (FIV) e a indução da ovulação oferecem alternativas para quem enfrenta dificuldades, mas a decisão de buscar ajuda deve ser feita com orientação de um profissional. "Na FIV, os embriões podem ser avaliados por meio de exames genéticos. Dessa forma, apenas os embriões saudáveis e que não apresentam alterações cromossômicas são selecionados e implantados novamente no útero, o que reduz significativamente o risco de aborto”, diz Rodrigo.
“Em uma gestação acima dos 40 anos, monitorar a saúde materna é essencial”, orienta César.
Pré-natal
De acordo com a ginecologista Flávia Mambrini, a gravidez depois dos 40 anos também envolve riscos mais altos devido a fatores como a diminuição da qualidade e quantidade dos óvulos, o que pode aumentar as chances de anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down. Ela reforça que “o acompanhamento médico é essencial para identificar precocemente qualquer condição que possa colocar em risco a saúde da mãe e do bebê. Com um pré-natal bem estruturado, muitos desses riscos podem ser monitorados e gerenciados.”
“Com o avanço da medicina e um acompanhamento de pré natal adequado é possível monitorar de perto qualquer risco e garantir os melhores cuidados para a mãe e o bebê”, complementa Lais Gonzales, ginecologia regenerativa.
As ginecologistas trazem à luz cuidados específicos para esse tipo de gestação, como: acompanhar pressão arterial, glicemia e colesterol tornam-se indispensáveis, devido ao risco aumentado de hipertensão gestacional, diabetes e outras condições que podem impactar a saúde da mãe e do bebê. Exames de pré-natal devem ser ainda mais rigorosos e o acompanhamento contínuo permite detecção e intervenção precoce em possíveis complicações.
Saúde bucal
Outro cuidado importante durante a "gestação +40" é com a saúde bucal. Segundo Cesar Rodrigues, especialista em implantodontia e odontologia estética, as gestantes são mais propensas a desenvolver doenças periodontais, como gengivite e periodontite. “Essas condições podem afetar tanto a saúde da mãe quanto a do bebê”, alerta o especialista.
Ele recomenda cuidados básicos como a escovação regular, o uso de fio dental e a realização de consultas odontológicas nos primeiros meses de gestação para evitar complicações. Além disso, Cesar alerta para o bruxismo, que pode se intensificar durante a gravidez devido às alterações metabólicas e ao aumento da tensão emocional.
Alimentação
A nutricionista Fernanda Larralde, da Bio Mundo, destaca a importância de uma alimentação equilibrada para garantir o desenvolvimento saudável do bebê e o bem-estar da mãe. Ela recomenda a ingestão de alimentos ricos em nutrientes, como frutas, verduras, proteínas magras, e grãos integrais, além de manter-se hidratada e controlar o consumo de cafeína e açúcar.
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