A cola pode aderir à superfície ocular, especialmente ao epitélio da córnea e à conjuntiva, causando uma abrasão significativa e dificultando a visão -  (crédito: Freepik)

A cola pode aderir à superfície ocular, especialmente ao epitélio da córnea e à conjuntiva, causando uma abrasão significativa e dificultando a visão

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Uma mulher chamada Brianne Shipley, residente na Flórida, nos EUA, passou por um momento de aflição ao se enganar durante uma madrugada ao tentar aliviar uma infecção ocular. No escuro, ela pegou um frasco de cola para unhas achando que era colírio e, ao aplicar o produto diretamente no olho, sofreu uma dor intensa e imediata, necessitando de atendimento hospitalar.

 

O relato foi compartilhado por ela através de um vídeo no TikTok, que rapidamente viralizou, acumulando milhões de visualizações. Brianne conta que, após o ocorrido, teve uma sensação de queimação extrema e  comparou a dor a arranhões causados por pedras. Desesperada, ela tentou lavar o olho com água e até no chuveiro, mas sem sucesso.

 

 

Sem outra opção, decidiu buscar ajuda médica. No hospital, os profissionais usaram cotonetes para remover cuidadosamente os resíduos de cola. Apesar da assistência e cuidado médico, a mulher ainda enfrenta visão turva no olho afetado dias após o ocorrido.

 

Segundo o médico oftalmologista Tiago Cesar, especialista em cirurgia refrativa, catarata, lentes de contato e ceratocone, pingar cola nos olhos, por engano, é um acidente sério que demanda atenção médica imediata. Situações assim ocorrem com alguma frequência, pois frascos de cola instantânea, como a supercola, muitas vezes são confundidos com frascos de colírio devido à semelhança das embalagens. Esse tipo de incidente pode provocar consequências graves.

 

“A cola pode aderir à superfície ocular, especialmente ao epitélio da córnea e à conjuntiva, causando uma abrasão significativa e dificultando a visão. A dor intensa, inflamação, vermelhidão, lacrimejamento e sensação de corpo estranho são comuns. Além disso, a cola pode colar as pálpebras e cílios, impedindo a abertura do olho. Esse fechamento involuntário das pálpebras pode exigir intervenção médica para evitar danos maiores.”

 

 

Outra complicação possível, segundo o especialista, é o desenvolvimento de uma úlcera corneana. A presença de substâncias químicas estranhas no olho pode agravar lesões preexistentes, e, se houver abrasão corneana e possível contaminação bacteriana, as chances de úlcera aumentam. A remoção da cola sem assistência médica é arriscada, pois esfregar o olho ou tentar abrir as pálpebras à força pode piorar a lesão e aumentar o risco de infecção.

 

Diante de um acidente assim, o recomendado, de acordo com o especialista, é evitar esfregar o olho e não tentar forçar a abertura das pálpebras. “A orientação inicial é lavar o olho com bastante água ou solução salina, caso disponível, por alguns minutos para diluir a substância. É crucial procurar atendimento médico oftalmológico de urgência para uma avaliação completa. O oftalmologista poderá aplicar tratamentos que aliviem a dor, protejam a superfície ocular e removam a substância de forma segura. Em muitos casos, serão prescritos colírios antibióticos para prevenir infecções, além de colírios lubrificantes e anti-inflamatórios para auxiliar na recuperação”, ensina.

 

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