Além dos suínos e dos frangos, também fazem parte da demanda por milho para alimentação animal, os bovinos e os pequenos animais. O mercado para o uso desse cereal como alimento também para animais está em crescimento, visto a demanda de rações para os de pequeno e grande porte. -  (crédito:  Divulgção)

Caso suspeito de Vaca Louca é identificado em Minas Gerais

crédito: Divulgção

Um idoso de 78 anos foi hospitalizado apresentando sintomas neurológicos em Caratinga, na Região do Rio Doce, em Minas Gerais. A internação levantou suspeitas iniciais de encefalite espongiforme bovina (EEB), popularmente chamada de "doença da vaca louca".

 

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), não há registro confirmado da doença no estado e que o caso se trata, provavelmente, da doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) - uma patologia caracterizada por perda de memória, desordem cerebral, tremores e rápida progressão, geralmente levando à morte em um ano em sua forma esporádica, ou seja, de forma aleatória.

 

 

Nesse caso, não há relação com o consumo de produtos bovinos - transmissão característica da "doença da vaca louca" (veja mais detalhes abaixo).

 

De acordo com a SES-MG, 85% dos casos de DCJ ocorrem de forma esporádica e costumam afetar indivíduos entre 55 e 70 anos, sendo mais comum em mulheres.

 

Variante de DCJ e doença da "vaca louca"

 

De acordo com a Secretaria, existe uma variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ) que está diretamente associada à encefalite espongiforme bovina em humanos, transmitida pelo consumo de produtos de origem bovina contaminados. Casos da variante começaram a ser registrados no Reino Unido em 1996, quando práticas alimentares na pecuária expuseram bezerros a proteínas de origem bovina infectadas por príons, agentes infecciosos extremamente resistentes.

 

No diagnóstico do paciente, a SES-MG destaca a presença da proteína 14-3-3 no líquido cérebro-espinhal, um marcador de lesão neuronal que indica a provável presença da DCJ. Contudo, a confirmação definitiva só pode ocorrer por meio de análise neuropatológica pós-morte, com coleta de fragmentos do cérebro.

 

O que é a doença da "vaca louca?

 

Segundo o Ministério da Saúde, a doença da vaca louca é uma enfermidade neurodegenerativa fatal e transmissível do Sistema Nervoso Central (SNC) de bovinos com um período de incubação que vai de dois a oito anos.

 

A contaminação acontece pelo consumo de produtos, principalmente farinhas de carne e ossos provenientes de animais infectados. Entre os sintomas estão:

 

  • Alterações neurológicas e comportamentais
  • Agressividade
  • Dificuldade em manter-se em pé ou levantar-se
  • Andar em círculos
  • Movimentos oculares assimétricos

 

No entanto, os sinais clínicos podem ser confundidos com raiva, infecção por herpesvírus e encefalites, por exemplo.

 

Tanto a variante da CJD, quando a CJD, que acometem humanos são consideradas, como a doença da vaca louca encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET), ou seja, que acometem o Sistema Nervoso Central. O último caso da "doença da vaca louca" identificado no país aconteceu em fevereiro de 2023, em Marabá, no Pará.


 

Saiba os sintomas de cada doença

 

Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)

 

  • Desordem cerebral com perda de memória
  • Tremores (ocorre em um terço dos casos)
  • Falta de coordenação motora
  • Distúrbios de linguagem
  • Perda da capacidade de comunicação
  • Perda da visão

 

Variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ)

 

  • Enfraquecimento ou perda de algum dos sentidos
  • Sensação de dormência ou formigamento em alguma parte do corpo
  • Depressão
  • Ansiedade
  • Psicose
  • Alucinações auditivas ou visuais
  • Abstinência
  • Agitação
  • Irritabilidade
  • Insônia
  • Perda de interesse
  • Esquecimento

 

Como é a prevenção?

 

No Brasil, desde 1998, o governo brasileiro implantou medidas de prevenção voltadas contra a introdução da vDCJ no país. Dentre as medidas estão, por exemplo, proibição da importação de carne bovina de regiões com histórico da doença e de derivados de sangue de doadores do Reino Unido.

 

Atualmente, não há cura conhecida para a DCJ ou sua variante. O tratamento é voltado para suporte e controle das complicações, com assistência psicológica e nutricional ao paciente e suporte à família.

 

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