Desde agosto, o Brasil vem registrando um aumento dos casos de influenza - vírus causador da gripe. Segundo o Ministério da Saúde, enquanto no fim de julho esse patógeno tinha uma participação quase insignificante nos registros da síndrome respiratória aguda grave (SRAG), no boletim mais recente, divulgado no último dia 25 de outubro, ele já respondia por 12% dos casos e 13% dos óbitos. Atualmente, ocupa o segundo lugar nas mortes por SRAG, atrás apenas do vírus da COVID-19.
“O surgimento desses vírus nesta época do ano surpreende, já o pico da doença ocorre no início do outono e do inverno. Atribuo o aumento da incidência ao fator temperatura, já que este ano tivemos menos períodos de frio”, avalia Carlos Alberto Reyes Medina, diretor médico, da Carnot Laboratórios, lembrando também que as pessoas se vacinaram menos este ano em relação ao ano passado.
Ele revela que o vírus influenza apresenta três tipos principais – A, B e C – cada um com suas características e formas de prevenção. Segundo ele, compreender essas diferenças é importante para uma prevenção eficaz.
“A influenza tipo A é o tipo mais comum e agressivo, responsável pelas pandemias e surtos sazonais que atingem grandes populações. De acordo com o diretor médico, ele sofre mutações frequentes, adaptando-se rapidamente. “Esse tipo de vírus é altamente contagioso e possui diversas subvariantes, como H1N1 e H3N2. Ele se espalha globalmente e é a principal preocupação nas campanhas de vacinação contra a gripe”, explica Carlos.
Já a influenza tipo B possui uma taxa de mutação mais lenta e geralmente afeta grupos menores, como crianças em idade escolar e adultos jovens. Embora a gravidade dos sintomas possa ser semelhante à do tipo A, os surtos de influenza B costumam ser menos frequentes. “A vacina contra a gripe protege tanto contra o tipo A quanto o tipo B, pois ambos causam epidemias sazonais que precisam ser monitoradas”, destaca ele.
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Por fim, a influenza tipo C é considerada a mais leve entre as três, raramente causando sintomas graves ou disseminação significativa. O tipo C é responsável por infecções brandas e, em geral, afeta principalmente crianças. Como é menos virulento, ele não costuma ser incluído nas vacinas contra a gripe e não representa uma ameaça significativa à saúde pública.
Para Carlos, entender a diferença entre esses tipos de vírus é essencial para guiar medidas de prevenção e tratamento. “A vacinação anual ainda é a maneira mais eficaz de prevenir as complicações da gripe, especialmente contra os tipos A e B, que são os mais preocupantes em termos de saúde pública”, afirma. Além da vacina, práticas como higienização frequente das mãos, uso de máscaras em ambientes de alto risco e evitar o contato próximo com pessoas infectadas são recomendadas.
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