As fraturas de quadril em idosos, causadas geralmente por quedas simples, têm sua origem em uma combinação de fatores -  (crédito: Freepik)

As fraturas de quadril em idosos, causadas geralmente por quedas simples, têm sua origem em uma combinação de fatores

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O envelhecimento populacional tem provocado um aumento significativo nos casos de fraturas de quadril e joelho, lesões que comprometem a independência e a qualidade de vida dos idosos. Dados do Datasus indicam que, no primeiro bimestre de 2024, foram registrados 17.136 atendimentos hospitalares e 9.658 atendimentos ambulatoriais relacionados a quedas de idosos entre 60 e 110 anos. Em 2023, os números alcançaram 106.401 hospitalizações e 45.684 atendimentos ambulatoriais.

 

De acordo com o ortopedista Isaías Chaves, a osteoporose é um dos fatores mais relevantes nesse contexto. “A osteoporose, que fragiliza os ossos, é três vezes mais comum em mulheres e está diretamente associada ao aumento das fraturas em idosos. Quando combinamos isso com a maior propensão a quedas, os riscos se multiplicam.”

 

 

Por que os idosos são mais vulneráveis a fraturas?

 

As fraturas de quadril em idosos, causadas geralmente por quedas simples, como escorregões e tropeços, têm sua origem em uma combinação de fatores:

- Perda de equilíbrio e agilidade: o envelhecimento reduz a coordenação motora e aumenta a propensão a quedas

- Visão prejudicada: a baixa visão dificulta a percepção de obstáculos

- Fragilidade óssea: o consumo ósseo supera a produção a partir dos 65 anos, especialmente em mulheres, devido a alterações hormonais

 

“As fraturas no quadril são as mais graves e podem ser devastadoras. Estima-se que metade dos idosos que sofrem esse tipo de fratura não consegue recuperar sua independência”, afirma o especialista.

 

Sinais de alerta para fraturas

 

“Entre os sinais mais comuns de uma fratura no quadril estão dor súbita e intensa na região, impossibilidade de caminhar e encurtamento ou rotação externa do membro afetado”, alerta Isaías.

 

 

De acordo com o ortopedista, para reduzir os riscos de fraturas, a prevenção é o melhor caminho. Ele também lista algumas medidas:

 

- Cuidado com a osteoporose: “identificar e tratar a osteoporose precocemente é crucial. Uma dieta rica em cálcio e vitamina D, associada a exercícios regulares, fortalece os ossos e reduz o risco de fraturas”

 

- Adaptação do ambiente doméstico: retirar tapetes soltos, instalar barras de apoio, melhorar a iluminação e organizar os móveis são mudanças simples que evitam quedas

 

- Uso de calçados adequados: calçados com solado antiderrapante ajudam a evitar escorregões

 

- Fisioterapia preventiva: “a fisioterapia é fundamental para melhorar o equilíbrio, a força muscular e a mobilidade, reduzindo significativamente o risco de quedas”, orienta o especialista.


- Monitoramento médico regular: consultas periódicas ajudam a identificar fatores de risco, como hipertensão ou alterações motoras

 

Diagnóstico e tratamento das fraturas

 

O diagnóstico de uma fratura no quadril geralmente é confirmado por meio de raio-X. Em casos mais complexos, exames como tomografia e ressonância magnética podem ser necessários para definir o melhor plano de tratamento.

 

Segundo Isaías, o tratamento cirúrgico é indispensável na maioria dos casos. “Uma fratura de quadril dificilmente cicatriza sozinha. O tratamento cirúrgico é a melhor alternativa para aliviar a dor, restabelecer a funcionalidade do membro e prevenir complicações decorrentes da imobilidade, como trombose e infecções.”

 

Em fraturas mais graves ou em pacientes com osteoporose avançada, a colocação de próteses de quadril pode ser necessária. “A prótese parcial é uma opção que substitui apenas a cabeça do fêmur, enquanto a prótese total substitui tanto a cabeça do fêmur quanto o acetábulo, que é a cavidade do quadril,” explica Isaías.

 

O ortopedista também fala sobre os benefícios dessa técnica. “As próteses permitem uma recuperação mais rápida, com menor dor e maior independência funcional. Para muitos idosos, essa é a melhor solução para retomar suas atividades habituais.”

 

A reabilitação após a colocação de prótese é essencial. A fisioterapia acelera a recuperação, garantindo o retorno às atividades diárias com segurança. “A prótese, aliada a uma boa reabilitação, pode devolver ao paciente sua qualidade de vida e dignidade,” reforça o médico.

 

 

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