Para muitas adeptas do salto alto, ele é símbolo de classe e elegância, aliado à imponência no dia a dia, seja no ambiente de trabalho ou em ocasiões especiais. Porém, o uso do salto pode se tornar um risco se não for moderado, causando ameaças à saúde da coluna.
A pressão aplicada nas articulações, devido à elevação do calcanhar e à compensação do desequilíbrio causado pelo salto alto, tende a provocar lesões na coluna, que tem sua anatomia sobrecarregada pela mudança na mecânica do caminhar. Devido à alteração do centro de gravidade ao marchar com o calçado, há uma mudança considerável na forma como o peso corporal se distribui, e a carga impacta as articulações, podendo resultar em desgastes e inflamações.
Quando há essa elevação, é exigido daquelas que calçam o salto alto que façam reajustes na postura para manter o equilíbrio, o que pode prejudicar a anatomia das costas e resultar em desconfortos na lombar, quadril e cervical. Ao longo dos anos, o uso excessivo pode agravar condições já predispostas a acometerem a coluna vertebral, como hérnia de disco lombar, lombalgia, escoliose, sobrecarga nas articulações da coluna, ou evoluir para quadros de artrose.
Mas não é só a coluna que sofre; outras partes do corpo também podem ser vítimas das consequências desse uso exagerado, como os pés, a panturrilha, o joelho e o joanete.
Luciano Miller, ortopedista e especialista em cirurgia da coluna, tem algumas recomendações para buscar amenizar esses problemas e evitar que o corpo sofra com as lesões, que podem surgir de forma individual ou combinada:
- Se o uso do salto alto for essencial para a situação, levar consigo outro par de sapatos mais confortáveis para alternar de tempos em tempos e permitir que os pés e a coluna tenham um período de descanso;
- Evitar usar saltos maiores que 5 cm de altura;
- Não utilizar salto alto por muitas horas seguidas;
- Buscar modelos mais confortáveis e acolchoados;
- Optar por saltos de base larga, sem bico fino.
“É importante que o uso de sapatos como esse seja feito de maneira correta e moderada. A troca por um calçado mais baixo e cômodo pode aliviar a tensão exercida sobre a coluna, evitando que problemas já existentes na região se agravem”, esclarece Miller sobre os cuidados para se precaver dos riscos do uso excessivo do salto alto.
Se as medidas preventivas não bastarem, é hora de tentar remediar os danos gerados. O tratamento dessas complicações pode variar conforme a condição que se manifesta na área e com a intensidade dos sintomas.
O acompanhamento com um médico ortopedista e especialista em coluna é o caminho para a avaliação das queixas e o diagnóstico adequado das lesões. A partir desse momento, os devidos procedimentos serão realizados para lidar com as dores.
“É importante que os sinais de incômodo na coluna não sejam ignorados, para não permitir que nenhuma complicação evolua para algo mais grave”, explica Luciano. “Mesmo que seja realizado um tratamento, é preciso continuar tomando os devidos cuidados com hábitos que podem ser nocivos à saúde da coluna”, conclui o cirurgião da coluna do Hospital Albert Einstein.
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