A Black Friday, uma das maiores datas comerciais do ano, é esperada com ansiedade por milhares de brasileiros em busca de ofertas irresistíveis. No entanto, para quem sofre de oniomania, mais conhecida como transtorno compulsivo por compras, esse dia de grandes promoções pode ser o gatilho para comportamentos prejudiciais, trazendo impactos graves na vida financeira e emocional dos consumidores.
Enquanto muitos aguardam pelas megapromoções, aqueles que enfrentam essa condição têm que lidar com o desafio de resistir ao impulso de gastar dinheiro em excesso, sem precisar, e às vezes até sem poder. A terapeuta, da rede Ixer, Amanda Damasceno, explica que a compulsão tem relação com o autoalívio, sentimento esse que tem um poder muito grande sobre o paciente.
“Compras compulsivas muitas vezes ocorrem em momentos de maior carga emocional e o ato de comprar gera uma recompensa imediata, liberando dopamina, o que proporciona uma sensação temporária de prazer e satisfação”, orienta a especialista.
Ela explica que a Black Friday favorece uma ilusão. Os descontos acabam tirando um pouco o peso para as pessoas que sofrem com o padrão da compra compulsiva e serve como uma permissão para o ato. Mas, o comprar compulsivo é um problema maior que continua mesmo após esse período.
"Muitos pacientes relatam que compram impulsivamente em momentos de estresse, tristeza ou frustração, usando as compras como uma maneira de aliviar emoções negativas. Esse alívio, no entanto, é momentâneo e frequentemente seguido de arrependimento e culpa", explica a profissional.
Sinais e sintomas dos compradores compulsivos
A especialista ressalta alguns sinais e sintomas que podem indicar quem desenvolveu a oniomania, como por exemplo: quando o desejo de comprar é causado por solidão; as compras, muitas vezes, são realizadas sem os familiares saberem; quando há descontrole financeiro e a pessoa adquire produtos que não precisa, entre outros sinais.
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"Todos nós gostamos de comprar coisas que nos tragam satisfação, mas para quem enfrenta a oniomania, adquirir novos itens gera um alívio profundo. No entanto, essa sensação de prazer rapidamente se transforma em culpa e angústia, especialmente quando a pessoa percebe que excedeu seu orçamento e não consegue arcar com os gastos", diz.
Tratamento
O tratamento alia terapia, psicologia e psiquiatria, uma vez que as compulsões geralmente estão ligadas a outros transtornos mentais como ansiedade, depressão ou até mesmo transtornos de personalidade.
“No caso da minha abordagem, as crenças e os traumas precisam ser investigados energeticamente e espiritualmente no inconsciente do paciente para saber o que reforça esse comportamento. Por exemplo: o adulto durante sua infância pode ter sofrido de muitas privações, então existe um desejo reprimido por coisas que ele nunca pôde ter quando vivia com os pais. Esse desejo fica reprimido em seu inconsciente e no adulto ele reverbera como um comportamento impulsivo e satisfatório e acaba suprindo essa falta momentaneamente e ilusoriamente. Nos casos mais graves, é importante sim o acompanhamento psiquiátrico para tratamento medicamentoso”, explica Amanda.
De qualquer forma, mesmo para quem não tem compulsão, mas gostaria de estratégias para lidar com a pressão que vem com a Black Friday, a terapeuta faz algumas recomendações: fazer uma lista de quais produtos você realmente precisa, definir um orçamento para gastar na Black Friday e estabelecer limites de gastos no total para o dia ou o mês.
“Antes de concluir uma compra, tente fazer uma pausa para refletir. Pergunte a si mesmo: ‘eu realmente preciso disso? Posso pagar por este item sem comprometer meu orçamento?’ Esse simples intervalo pode ajudar a interromper o impulso e evitar futuras frustrações”, reforça a terapeuta.
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