O Brasil se surpreendeu com a notícia da morte do cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos, na madrugada desta segunda-feira (4/11). Ele caiu em sua casa, na Zona Norte de São Paulo, e não resistiu. Esse tipo de acidente doméstico é mais comum do que se imagina. Dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia afirmam que 40% das pessoas com mais de 80 anos sofrem quedas todos os anos. A pior consequência de quem cai e bate a cabeça é o risco de hematoma subdural, que é quando o sangue se acumula na região entre o crânio e a superfície cerebral; isso pode ocorrer até 30 dias após a batida.

 

Outro risco para idosos que sofrem quedas são as lesões em ossos, principalmente na região da bacia e das pernas. Segundo o ortopedista Cleber Furlan, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), uma pessoa jovem e saudável apresenta uma flexão maior dos joelhos e do quadril e tornozelos, ou seja, está sempre adaptada a qualquer desequilíbrio da marcha. 

 

 



 

Em idosos, entretanto, a marcha se torna mais lenta devido às artroses de joelho, quadril ou coluna, o que muda o ângulo de pisada de acordo com o desgaste das articulações e sua adaptação a uma nova realidade de envelhecimento

 

A diminuição da mobilidade no joelho, tornozelo e quadril, além das dores na coluna, compromete o equilíbrio e a marcha, especialmente em idosos. Isso pode levar a um padrão de caminhada menos cadenciado e mais desequilibrado, aumentando o risco de quedas. Doenças como diabetes contribuem para a perda de sensibilidade nos pés, afetando a propriocepção e elevando a probabilidade de quedas. Estudos indicam que cerca de 29% dos idosos no Brasil caem anualmente, com 40% dos que têm mais de 80 anos enfrentando quedas frequentes.

 

 “A coluna, às vezes com dor, acaba inclinando o corpo para frente, ou seja, muda a marcha e o ponto de apoio dos pés, o que compromete o centro de equilíbrio do corpo, normalmente localizado próximo à região do umbigo”, explica Cleber Furlan.

 

Como prevenir

 

Para minimizar esses riscos, é fundamental adaptar o ambiente. Por exemplo, evitar tapetes próximos à cama pode prevenir tropeços, enquanto a altura de camas e sofás deve ser ajustada para facilitar a entrada e saída, reduzindo a pressão nas articulações. Rampas com baixo grau de inclinação, em vez de escadas, e barras de apoio em locais estratégicos ajudam na estabilidade e segurança.

 

A escolha do calçado também é crucial: sapatos confortáveis que se ajustem bem e meias antiderrapantes são recomendados, já que chinelos de dedo podem exigir esforço excessivo do tornozelo. No banheiro, a altura do vaso sanitário deve ser adequada para facilitar o uso, e barras de segurança são essenciais para evitar quedas durante o banho.

 

 

“Barras pela casa, principalmente nos lugares onde você senta e levanta, são fundamentais para diminuir o peso ou a força exercida nas articulações, principalmente dos membros inferiores, e te ajudar no equilíbrio, já que há um desequilíbrio pelo próprio envelhecimento, tanto desequilíbrio dinâmico e estático”, complementa o ortopedista.

 

Na cozinha e lavanderia, a altura dos armários e varais deve permitir que os idosos não precisem se inclinar excessivamente, evitando assim lesões. Cadeiras com quatro pernas são preferíveis a banquetas para evitar desequilíbrios.

 

Além disso, as tomadas devem estar em alturas acessíveis, prevenindo posturas desconfortáveis que possam resultar em quedas. Essas adaptações são fundamentais para garantir a segurança e a qualidade de vida dos idosos.

 

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