Ex-apresentadora da Band, Lucilene Caetano, hospitalizada há 13 dias na maternidade São Luiz Star, em São Paulo, teve uma piora no quadro de saúde e permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Grávida da quarta filha, na 17ª semana de gestação, ela deu entrada na unidade com um quadro de influenza B, que evoluiu para pneumonia bacteriana e depois um derrame pleural, conforme informou sua assessoria de imprensa.
Ela contou pelas redes sociais que está com falta de ar, tossindo muito, o que tem dificultado até que fale e caminhe. Mas está confiante na cura. “Sinto a força e as orações de cada um de vocês. Cada mensagem tem me dado ânimo para continuar lutando, por mim e pela minha filha. Sou muito grata por todo esse carinho”, postou.
Conhecida popularmente como gripe, a influenza é uma infecção respiratória altamente contagiosa, causada pelos vírus da influenza tipo A, B, C ou D - sendo os dois primeiros os responsáveis por epidemias sazonais mais observadas nas estações climáticas mais frias e chuvosas. O vírus é transmitido por meio de secreções ou gotículas ao tossir, falar ou espirrar, e pelo contato com superfícies contaminadas.
Confundida com um simples resfriado, a doença apresenta sintomas mais intensos, incluindo febre alta, dores no corpo, cansaço, tosse e dores de garganta, que podem durar de cinco a sete dias. Mas a influenza vai além de desconfortos temporários e pode gerar complicações sérias de saúde.
“Essa doença pode ser perigosa especialmente para certos grupos populacionais, como crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas e gestantes”, destaca o diretor médico da Carnot Laboratórios, Carlos Alberto Reyes Medina.
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Segundo ele, entre as complicações mais comuns, estão as infecções secundárias, como a pneumonia, uma condição que frequentemente requer hospitalização e que é uma das principais causas de óbito relacionada à influenza.
Além disso, de acordo com o especialista, a influenza pode desencadear outras infecções, como otite média, parotidite, bronquite e sinusite. Ainda, pode agravar condições preexistentes, como diabetes, doenças cardíacas e respiratórias, elevando o risco de internações e até mesmo de complicações fatais.
A influenza B, em específico, é a condição clínica causada pelo vírus influenza sorotipo B, explica o profissional, que informa que a maioria das infecções respiratórias são virais. "A pneumonia é uma infecção do trato respiratório inferior que pode ser causada por diferentes germes. A especificação de bacteriana [caso de Lucilene] implica que a etiologia é secundária a uma infecção bacteriana", elucida Carlos Alberto.
Já o derrame pleural é o acúmulo de líquido seroso ou purulento no espaço pleural - espaço virtual entre as pleuras visceral e parietal, que são as duas camadas da membrana que reveste os pulmões. "É uma complicação de infecções bacterianas do trato respiratório inferior", diz o médico.
Carlos Alberto salienta ainda que a influenza B, assim como a influenza A, após causar inflamação dos tecidos e esgotar a resposta imunológica, pode ser complicada por superinfecções bacterianas do mesmo tecido, ou seja, pneumonia bacteriana, e essa, por sua vez, pode ser complicada por derrame pleural.
Os sintomas da infecção pelo vírus influenza, após cerca de três a quatro dias do início do problema, costumam diminuir de intensidade, diz Carlos Alberto. Mas, quando sintomas como tosse, febre e dificuldade para respirar persistem ou pioram, é preciso suspeitar que existe uma superinfecção bacteriana. "É necessário especificar o diagnóstico com testes paraclínicos e iniciar a antibioticoterapia", indica.
Sobre os riscos que a influenza pode ter para o bebê ainda durante a gestação, o médico explica que, nos primeiros meses de gravidez, até então estão descritas alterações no feto em relação a algumas infecções virais, mas não com frequência considerável no caso da gripe - o que é muito raro. "Se a infecção da mãe ocorrer poucos dias antes do parto, o bebê poderá nascer com uma infecção sistêmica aguda e necessitar de cuidados intermediários", aponta.
Para reduzir o risco de contágio e também das complicações, o médico sugere que a vacinação contra a influenza seja realizada todos os anos. “Ela é recomendada para todos, especialmente para os grupos de risco, já que é eficaz na prevenção de formas graves da doença e reduz o risco de hospitalização e óbito”, afirma.
Além da vacinação, Carlos Alberto recomenda outras práticas de prevenção. Entre elas, a higiene regular das mãos e o uso de máscara em locais de alta circulação. Para o especialista, a conscientização sobre os perigos da influenza e o acesso à imunização são cruciais para a proteção de toda a população. “Se todos fizerem sua parte, surtos da doença podem ser evitados”, finaliza o especialista.
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