O ceratocone é uma doença ocular capaz de comprometer a visão de maneira significativa caso não seja diagnosticada e tratada precocemente. Este dia 10 de novembro marca o Dia Mundial do Ceratocone, uma data que reforça a importância de conscientizar a população sobre a condição.

 

 

O ceratocone é uma doença genética que afeta a córnea, tornando-a progressivamente mais fina e no formato de cone. Apesar de ter origem genética, fatores externos como alergias oculares, esfregar os olhos repetidamente e doenças respiratórias desempenham um papel importante em seu desenvolvimento.

 



 

“Esses fatores funcionam como gatilhos, levando à deformação da córnea, que pode aumentar a miopia e o astigmatismo do paciente”, explica Gustavo Nery, oftalmologista, especialista em cirurgias de ceratocone, catarata e refrativas.


Diagnóstico precoce

 

O diagnóstico do ceratocone nem sempre é simples, especialmente nos estágios iniciais. A doença evolui de forma assimétrica, afetando os dois olhos de maneira diferente, e muitas vezes é difícil detectá-la a olho nu. "A introdução da tomografia de córnea, especialmente a partir dos anos 2000, foi um marco que possibilitou o aumento dos diagnósticos precoces", destaca o oftalmologista.

 

 

O especialista ressalta que existem duas fases principais da doença. Na primeira, a visão é afetada, mas ainda é possível corrigir o problema com óculos. Na segunda, o grau dos óculos não é mais suficiente, e o paciente pode precisar de tratamentos mais complexos para corrigir ou conter a evolução da doença.

 

Alteração na córnea com o ceratocone

Ministério da Saúde

 

Embora o ceratocone seja progressivo, a maioria dos casos não evolui de forma severa quando há um acompanhamento adequado. “O tratamento precoce é fundamental para desamassar a córnea e conter a progressão da doença. Implantes de anéis intracorneanos a laser, lentes específicas e, em casos avançados, transplantes de córnea estão entre as opções disponíveis”, explica.

 

 

A importância da prevenção

 

O hábito de esfregar os olhos, muito comum em pessoas com alergias respiratórias ou oculares, é um dos principais agravantes do ceratocone.

 

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Por isso, campanhas anuais de conscientização, como a realizada no Dia Mundial do Ceratocone, visam educar a população sobre os riscos desse hábito e sobre a necessidade de tratar alergias que possam afetar os olhos.

 

“A prevenção e o acompanhamento precoce são essenciais para garantir a qualidade de vida dos pacientes. Quando o ceratocone é identificado e tratado no início, a maioria das pessoas consegue controlar a doença e evitar complicações mais graves, como a necessidade de transplante de córnea ou o risco de perda de visão”, destacaGustavo.

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