Dados preliminares do Boletim Epidemiológico de Tuberculose 2024, do Ministério da Saúde, indicam que, em 2023, Minas Gerais notificou 4.503 novos casos da doença, com uma taxa de incidência de 19,5 por 100 mil habitantes, além de 322 mortes em 2022. No Brasil, foram registrados cerca de 80 mil casos em 2023, e o número de óbitos em 2022 chegou a 2.720. Neste Dia Nacional de Combate à Tuberculose, 17 de novembro, especialistas reforçam a importância da conscientização sobre essa doença, que ainda afeta milhares de brasileiros.
O infectologista do Hospital Semper, em Belo Horizonte, Leandro Curi, explica que os fatores de risco para a tuberculose incluem a convivência em locais com alta prevalência da doença, como o Brasil, que apresenta uma taxa elevada de infecção pela Mycobacterium tuberculosis. “Além disso, a imunidade do indivíduo é fundamental: pessoas com imunidade comprometida, como portadores de HIV ou pacientes transplantados, têm maior risco de desenvolver tuberculose ativa, devido à capacidade reduzida de combater infecções”, afirma.
Leandro destaca que, embora a tuberculose seja uma doença pulmonar, ela pode ser confundida com outras condições respiratórias, como infecções pulmonares e câncer de pulmão. “A transmissão ocorre geralmente por inalação de bactérias, mas a doença pode se disseminar para outros órgãos, como pele, ossos, rins, intestinos e até o cérebro, através da via hematogênica. Assim, a tuberculose extrapulmonar é uma realidade clínica que exige atenção diagnóstica”, alerta.
De acordo com o médico, os sintomas mais comuns da tuberculose ativa incluem febre diária, calafrios, sudorese noturna, perda de peso e tosse persistente (por mais de duas a três semanas), que não respondem a tratamentos inconvenientes. Outros incluem sinais linfonodomegalias, conhecidos como “ínguas” em regiões como axilas e pescoço.
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O infectologista destaca que o diagnóstico correto é feito por meio de exames específicos, como a cultura da bactéria Mycobacterium tuberculosise o teste molecular rápido para verificar a resistência a medicamentos. “Outros exames incluem baciloscopia (BAAR) do escarro, radiografia e tomografia computadorizada. Nos casos em que não seja possível coletar o escarro, pode ser necessária a realização de uma broncoscopia”, evidencia.
Segundo ele, o tratamento da tuberculose segue um esquema padrão com quatro medicamentos, e caso o paciente tenha contraindicações a algum deles, existem esquemas alternativos. “Com o tratamento adequado, é possível alcançar a cura e interromper a transmissão da doença. Caso não seja tratado, a tuberculose pode levar ao óbito e contribuir para a propagação da bactéria. Pacientes com tuberculose pulmonar ativa transmitem a bactéria através da tosse, representando um alto risco para aqueles que convivem em ambientes fechados, como em casa ou no trabalho”.
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