Usar preservativo na relação sexual é uma medida importante de prevenção ao contágio por HIV -  (crédito: Freepik)

Usar preservativo na relação sexual é uma medida importante de prevenção ao contágio por HIV

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Em 1º de dezembro, o Dia Mundial de Luta Contra a Aids marca o início da campanha Dezembro Vermelho, que visa conscientizar a população sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV/Aids. Instituída pela Lei nº 13.504/2017, a campanha representa um avanço nacional na batalha contra as infecções sexualmente transmissíveis (IST's), com foco especial no HIV.

 

Levantamento do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde e da Unaids aponta que, a cada 15 minutos, uma pessoa é infectada com o vírus no país. “Infelizmente, ainda não há uma maneira de eliminar o vírus totalmente do organismo. Contudo, nos dias de hoje, o acesso aos testes e medicamentos para controlar o HIV e tratar a Aids possibilitam que o paciente viva com a doença”, lembra a médica da família da Sami, operadora de planos de saúde, Karina Santos, sobre a possibilidade de cura da doença.

 

 

Ela explica o que diferencia o HIV de Aids. “Muitas pessoas podem achar que HIV e Aids são doenças diferentes, mas não é bem assim. HIV é o nome dado ao vírus que origina a Aids, conhecido cientificamente como vírus da imunodeficiência humana. Já a Aids, por sua vez, é conhecida como síndrome de imunodeficiência adquirida, diagnosticada quando o vírus HIV se multiplica no organismo. A doença atinge o sistema imunológico, fazendo com que ele deixe de defender o corpo contra agentes invasores”, destaca.

 

A médica alerta que, mesmo sem desenvolver a doença, quem tem o vírus HIV pode transmiti-lo para outras pessoas. Esse contágio pode ocorrer através de transfusão de sangue contaminado; com relações sexuais sem uso de preservativo, incluindo sexo vaginal, oral e anal; na maternidade, quando a mãe é soropositiva, pode passar para o filho durante a gravidez, na amamentação ou até mesmo no parto. “Outra forma de transmissão é o compartilhamento de instrumentos perfurocortantes sem esterilização, como, por exemplo, alicates de unha, espátula ou seringas”.
 

 

“Existem pessoas que vivem anos com o vírus sem apresentar sintomas, mas isso não significa que o vírus esteja sendo eliminado do corpo. Pelo contrário. A doença se multiplica silenciosamente. Dessa forma, o funcionamento do sistema imune é afetado gradualmente, caminhando para o desenvolvimento da Aids. Nesse estágio, é comum que a pessoa tenha episódios recorrentes de garganta inflamada, dor de cabeça, febre baixa, cansaço excessivo, ínguas inflamadas, diarreia e feridas na boca”, afirma.
 

Sintomas da Aids

 

“Quando o quadro se agrava, evoluindo para um diagnóstico de Aids, a pessoa pode apresentar febre alta com frequência, dificuldade para respiração, feridas na região genital, manchas na pele, tosse constante e perda de peso. Nesta condição, também é comum que o paciente tenha infecções recorrentes, como candidíase e pneumonia”, relata Karina Santos.

 

O paciente com Aids não precisa viver em isolamento. Quando em tratamento, pode levar a vida normalmente, trabalhando, se alimentando, praticando exercícios e mantendo o hábito de usar o preservativo nas relações sexuais.

 

 

A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é destinada a pessoas que têm um parceiro HIV que não está usando camisinha. Com o tratamento feito corretamente, quem tem o HIV pode se tornar uma pessoa indetectável, ou seja, os antirretrovirais são tão eficazes que podem derrubar a carga viral lá pra baixo.  Se essa pessoa tiver relações sexuais sem camisinha dificilmente infectará o parceiro.

 

Para esclarecer dúvidas sobre a doença e desmistificar alguns fatos, a infectologista, especialista em saúde pública, Romina Oliveira, elenca alguns temas:

 

Quem tem HIV, tem Aids

 

Mito. O HIV refere-se ao vírus da imunodeficiência humana, e a Aids é a síndrome da imunodeficiência humana adquirida. Os termos não podem ser usados como sinônimos. Estar infectado pelo vírus não significa estar doente. O termo Aids só é aplicado em estágio avançado da infecção quando ocorre um grande comprometimento do sistema imunológico, o que pode demorar anos para acontecer.

 

A Aids pode ser uma doença silenciosa

 

Verdade. Há pessoas que vivem anos com o HIV sem ter sintomas ou desenvolver a Aids, mas, sem o diagnóstico precoce, seguido pelo início e adesão ao tratamento, essas pessoas podem transmitir o HIV. Além disso, sem a medicação antirretroviral, esses pacientes ficam suscetíveis ao agravamento da condição, levando ao enfraquecimento do sistema imunológico e ao aparecimento de doenças oportunistas. Por isso, é muito importante fazer o teste para detecção do HIV sempre que houver alguma exposição. Este hábito pode salvar vidas, pois muitas pessoas vivem com HIV e não sabem.

 

 

A Aids não mata mais como antigamente

 

Verdade. A Aids não é uma sentença de morte como aconteceu nas décadas de 1980 e 1990, pois os antirretrovirais mais modernos trouxeram qualidade de vida e longevidade às pessoas que vivem com o HIV.

 

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil a maioria dos casos de infecção em homens acontece nas faixas etárias de 15 a 29 anos e em idosos (acima de 50 anos). Na população de idade mais avançada, com o aumento da expectativa de vida, estendeu-se também a atividade sexual, porém ainda há o preconceito e a crença equivocada de que o uso de preservativos tira a sensibilidade ou é usada somente para evitar gravidez.

 

Além da relação sexual sem proteção, há outras formas de exposição ao HIV, como uso de seringas compartilhadas ou outros materiais perfurocortantes, de contato com sangue contaminado, de mãe para filho durante a gestação, parto e amamentação.

 

Os testes sorológicos (convencionais e rápidos) para HIV não estão na rede pública de saúde

 

Mito. Além dos testes rápidos para HIV serem vendidos em farmácias, estes e outros testes também são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, esses exames e testes detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Além disso, é garantida a total confidencialidade das informações dos resultados dos exames nas redes pública e privada.

 

Os antirretrovirais são de difícil acesso no país

 

Mito. No Brasil, o tratamento contra o HIV está disponível no Sistema Único de Saúde, bem como os testes de detecção do vírus. O Programa Nacional de DST/AIDS do governo brasileiro, inclusive, é reconhecido mundialmente por sua ampla atuação no campo de direitos humanos, prevenção e tratamento do HIV, e os pacientes em tratamento aqui apresentam ganhos em relação a expectativa de vida.

 

Para as pessoas que se expuseram ao vírus por conta de acidentes com materiais perfurocortantes ou relação sexual sem preservativos, há medicamentos do coquetel do tratamento da Aids usados como prevenção de infecção pelo HIV. Eles devem ser tomados até duas horas após a exposição e no máximo após 72 horas. Trata-se da profilaxia pós-exposição (PEP).

 

Há também a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) que consiste em uma nova abordagem de prevenção à infecção com o uso de um comprimido diário que impede que o vírus infecte o organismo.


Pessoa com Aids não precisa ser isolada

 

Verdade. O paciente pode levar uma vida normal. Não evite a pessoa com Aids. Inclua-a nas atividades pelas quais ela se interessar. Você não precisa falar constantemente: sua companhia pode ser mais importante.

 

 

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