Preocupação com o vírus sincicial respiratório deve ser redobrada com os prematuros de todos os níveis e também bebês com algum tipo de comorbidade -  (crédito: Freepik)

Preocupação com o vírus sincicial respiratório deve ser redobrada com os prematuros de todos os níveis e também bebês com algum tipo de comorbidade

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O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma ameaça à saúde dos bebês.Apesar de ser menos conhecido ou comentado do que outros agentes patológicos, como o vírus influenza (causador da gripe), o VSR é um dos principais causadores de bronquiolite e pneumonia em recém-nascidos e nos primeiros meses e anos de vida.

 

A infecção pelo VSR é uma questão de saúde pública. No Brasil, a taxa de incidência de hospitalização pela infecção do vírus em crianças menores de dois anos aumentou progressivamente 33% a cada ano no período de 2013 a 2022. Esse fenômeno reforça a importância da prevenção e da proteção de todos os bebês.

 

 


“Se o vírus sincicial respiratório já deixa em alerta médicos, pais e mães de bebês nascidos a termo, essa preocupação deve ser redobrada com os prematuros de todos os níveis e também bebês com algum tipo de comorbidade, para preservar a saúde desses pequenos”, explica o médico especialista em pediatria e infectologia pediátrica, professor adjunto e diretor do departamento de pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Marco Aurélio Sáfadi.

 

O especialista responde as principais dúvidas sobre o VSR, a relação com a saúde dos bebês e a importância da prevenção via imunização:

 

Quais os principais sintomas de infecção pelo VSR em bebês?

 

Assim como a maioria dos vírus respiratórios, como o influenza ou o coronavírus, a infecção pelo VSR pode apresentar sintomas como nariz entupido, tosse, febre, perda de energia, desconforto respiratório e chiado no peito ao respirar. Estar atento a esses sinais é vital para buscar tratamento médico adequado, já que a condição do bebê pode evoluir e se agravar rapidamente.

 

 

Quais os principais perigos da infecção pelo VSR a curto, médio e longo prazo?

 

A potencial gravidade da infecção e suas consequências tornam a proteção contra o VSR uma prioridade para todos os pais e responsáveis. Estudos sugerem que bebês que tiveram complicações por conta do VSR podem ter que lidar, no futuro, com redução da função pulmonar e doenças respiratórias crônicas, que os fazem utilizar com maior frequência recursos de saúde quando comparados a outras crianças.

 

Quais as formas de prevenir o contágio do VSR em bebês?

 

Atualmente, tecnologias de prevenção contra o VSR estão surgindo no mercado, como é o caso de um imunizante capaz de proteger todos os bebês contra a doença causada pelo VSR, administrado em dose única, sejam eles nascidos prematuros ou a termo, totalmente saudáveis ou com condições de saúde.

 

Os resultados dos estudos de mundo real, nos países em que este imunizante foi implementado como estratégia de saúde pública, são exitosos, com diminuições das taxas de hospitalização, consultas hospitalares e ambulatoriais relacionadas às doenças causadas pelo VSR em crianças.

 

Como a população pode ajudar no aumento da prevenção ao VSR?

 

A mobilização social pode influenciar a expansão da proteção dos bebês contra os perigos do contágio pelo VSR. Atualmente, está aberta uma consulta pública da CONITEC, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, para que toda a população possa opinar sobre a inclusão de um imunizante de dose única contra o VSR para todos os bebês prematuros.

 

Isso garantiria a equidade do acesso a imunização dessa população, já que hoje só são assistidos aqueles com até 28 semanas.

 

 

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