Diagnosticada com paralisia de Bell, a cantora Gabi Melim, de 30 anos, atualizou os seguidores nesta quarta-feira sobre o tratamento que tem feito. “E vamos em busca de recuperação”, contou.
No início da semana, Gabi passou por uma tomografia e uma ressonância no cérebro. “O lado direito do meu rosto não mexe, a vista não fecha, mas já tô sendo cuidada por médicos maravilhosos, sendo medicada e fazendo fisioterapia facial”.
Em nova postagem, a cantora conta como está sendo o processo: “Faço fisioterapia três vezes ao dia: manhã, tarde e noite. Ela [fisioterapeuta] me ensinou a fazer alongamento sozinha. Faço acompanhamento três vezes na semana”.
Paralisia de Bell
A paralisia facial idiopática - sem causa identificável - também chamada de paralisia de Bell, é um tipo de paralisia do nervo facial provocando sintomas, como boca torta, dificuldade para movimentar o rosto e/ou falta de expressão em uma parte da face, o que também pode alterar de forma marcante a comunicação e a autoestima das pessoas.
A cada ano, estima-se que cerca de 80 mil brasileiros vivem com a condição. Na maioria das vezes, esses casos são reversíveis. No início deste ano, a apresentadora Fernanda Gentil sofreu com a paralisia após um diagnóstico precoce.
"A paralisia de Bell é uma emergência médica e deve fazer o paciente procurar um pronto-socorro para o primeiro atendimento o quanto antes. A precocidade do diagnóstico e tratamento é fator crucial no resultado de melhora ou cura", destaca José Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, ao explicar que esse tipo de alteração está diretamente associada à inflamação ou inchaço do nervo facial.
As causas, entretanto, podem ter diferentes naturezas: estresse, baixa imunidade, mudança repentina de temperatura, doenças neoplásicas.
Tipos
José Ricardo explica que há dois tipos principais de paralisias da face: as centrais - ou seja, do sistema nervoso central, que são decorrentes de acidente vascular cerebral (AVC), doenças degenerativas ou tumores; e as paralisias faciais periféricas, que podem ser traumáticas, infecciosas, congênitas, tumorais, metabólicas e também idiopáticas.
"Cada uma tem um tipo específico de tratamento que deve ser orientado pelo médico. Alguns pacientes necessitam de exames auxiliares, como as audiometrias e a impedanciometria, exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética) e eletrofisiológicos, além de exames laboratoriais, até chegar ao diagnóstico exato", observa o especialista.
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Na maioria das vezes, contudo, o diagnóstico da paralisia facial é feito por meio da observação médica. “O sintoma que mais chama a atenção é a perda súbita, parcial ou total dos movimentos de um lado da face, que pode agravar-se durante alguns dias seguidos.”
O especialista também chama a atenção para sinais como:
- Boca torta, mais evidente quando se tenta sorrir
- Incapacidade de fechar completamente um dos olhos
- Incapacidade de levantar uma das sobrancelhas ou de franzir a testa
- Dor ou formigamento na cabeça ou na mandíbula
- Aumento da sensibilidade do som em um dos ouvidos
- Alterações do paladar
Tratamentos
De acordo com José Ricardo, a maioria dos casos de paralisia facial é transitória e existem vários tratamentos possíveis, a depender das causas. “O tratamento da paralisia facial periférica é sintomático e inclui o uso de medicamentos, fisioterapia e fonoaudiologia. Não existe uma conduta terapêutica padrão à doença. Depende de cada caso.”
A melhora, por sua vez, pode depender do tipo e da extensão do dano sofrido pelo nervo facial, das condições clínicas e da idade do paciente. Em grande parte dos casos, a paralisia facial costuma regredir à medida que o inchaço do nervo diminui espontaneamente.
Nesse contexto, segundo o especialista, a fisioterapia e fonoterapia são importantes aliadas para estimular a musculatura da mímica facial e da fala, bem como evitar contraturas e atrofia das fibras musculares.
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