O Novembro Azul chegou ao fim, mas os cuidados com a saúde devem continuar. A atenção com a próstata deve ser uma preocupação crescente entre os homens, especialmente após os 50 anos. A realidade, no entanto, é que muitos evitam procurar ajuda médica ao perceberem sintomas relacionados, como dificuldades para urinar ou aumento da frequência urinária, temendo que esses sinais indiquem câncer.
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A HPB se configura como um aumento não cancerígeno da próstata e afeta a maioria dos homens a partir dos 50 anos. Cerca de 50% dos indivíduos acima dessa faixa etária terão HPB, enquanto que, aos 90 anos, a condição chega a afetar cerca de 80% dos homens. Seus sintomas incluem a necessidade frequente de urinar à noite, jato urinário fraco e sensação de bexiga não completamente vazia.
Embora esses indicativos possam ser incômodos, a condição é benigna e, em muitos casos, pode ser controlada com tratamento adequado. “É fundamental que os homens compreendam que, ao contrário do câncer, a HPB raramente leva a complicações graves, como a perda de ereção ou incontinência urinária", explica o urologista Rodrigo Lima.
Apesar de a HPB ser uma condição comum e tratável, muitos homens adiam a consulta médica por medo das possíveis consequências dos tratamentos. O receio de enfrentar uma cirurgia invasiva ou sofrer danos à saúde sexual leva muitos a ignorarem os sintomas, o que pode agravar o quadro e resultar em complicações mais sérias, como insuficiência renal e infecções urinárias recorrentes. Além disso, a qualidade de vida pode ser severamente comprometida pela dificuldade para dormir e pela irritabilidade causada pela necessidade constante de ir ao banheiro durante a noite.
Opções de tratamentos
Os tratamentos modernos para a HPB têm evoluído consideravelmente nos últimos anos. Técnicas como a enucleação endoscópica a laser (HoLEP) oferecem alternativas menos invasivas e com menor risco de efeitos colaterais.
Uma das opções mais modernas, o método Rezum utiliza vapor de água para reduzir o tamanho da próstata e pode ser realizado ambulatorialmente, com sedação leve e sem necessidade de internação. Além disso, pode preservar a ejaculação em até 80% dos casos, uma vantagem em relação a outras técnicas, que apresentam índices de preservação de 20 a 30%.
“Hoje, o medo dos tratamentos já não é mais justificável. As novas técnicas são seguras, eficazes e têm um impacto muito menor sobre a saúde sexual dos pacientes", afirma Rodrigo Lima. A recuperação é mais rápida, e os riscos de complicações, como impotência sexual e incontinência urinária, são minimizados. No entanto, a falta de informação sobre essas opções ainda leva muitos homens a adiar a consulta médica, o que pode resultar em consequências graves a longo prazo.
Consequências da hesitação
A hesitação em procurar um médico é uma realidade comum entre os homens, que, por diversas razões, têm se mostrado mais relutantes em buscar cuidados de saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, pelo menos 31% da população masculina não têm o hábito de ir ao médico, e as pesquisas indicam que os homens vão, em média, quatro vezes menos ao médico do que as mulheres.
Situações como essas contribuem para o alto índice de mortes por doenças como o câncer de próstata, que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil e causa quase 30% das mortes masculinas no país.
Esse mal, em muitos casos, evolui silenciosamente. Por isso, a realização de exames regulares, como o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal, é essencial para detectar alterações na próstata e permitir o diagnóstico precoce.
Rodrigo Lima destaca que, apesar da eficácia desses exames na detecção de alterações prostáticas, a decisão de realizá-los deve ser discutida com um médico, considerando fatores como histórico familiar, idade e outros riscos. “A detecção precoce é crucial para o tratamento eficaz do câncer de próstata. Homens com mais de 50 anos devem realizar o PSA e o toque retal anualmente. Aqueles com histórico familiar ou fatores de risco devem começar a avaliação aos 45 anos”, alerta o especialista.
É fundamental que os homens se informem sobre as opções de tratamento e busquem acompanhamento médico regularmente. As opções modernas de tratamento para problemas da próstata têm evoluído para oferecer opções menos invasivas, com menores riscos para a saúde sexual e a qualidade de vida.
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“Ignorar os sintomas ou adiar o tratamento pode resultar em complicações sérias, mas com o acompanhamento médico adequado, muitos problemas prostáticos podem ser tratados de forma eficaz, sem impactos negativos duradouros na saúde”, destaca Rodrigo.