Ano novo chegando e, com ele, também chegam novos desafios, que podem ser ainda mais difíceis para quem é tímido. Alunos que trocam de escola, adolescentes que mudam de cidade para estudar, trabalhadores que iniciam carreiras em novos empregos, entre outros. Como superar a timidez excessiva – mesmo na fase adulta - e se integrar a estes novos grupos e fazer novos amigos nestas ocasiões?
O mestre em psicologia, Juliano Trindade, professor das unidades curriculares "Desenvolvimento Humano" e "Análise e Modificação do Comportamento", na Faculdade Una Lafaiete, comenta que a timidez pode ser vista como um padrão de comportamento que muitas pessoas possuem e esse padrão pode se tornar um problema quando ele começa a comprometer a vida da pessoa em um nível muito significativo, ou seja, quando ele começa a trazer prejuízos na rotina desta pessoa.
Juliano Trindade separou 5 dicas básicas para quem precisa encarar a questão de frente e aprender a superá-la. Confira:
1 – Identificando o excesso de timidez
De acordo com o docente, se a timidez estiver impedindo a pessoa de viver de forma mais plena e confiante, é importante procurar maneiras de lidar com isso de uma forma mais assertiva. “A timidez pode levar ao isolamento social, à evitação ou a fuga de oportunidades importantes como, se candidatar a uma entrevista de emprego, ou ir a eventos sociais. Aí sim é hora de se preocupar. Além disso, observe quando a timidez começa a gerar sentimentos de frustração e dificuldade para se conectar com as outras pessoas, mesmo no seu ciclo social ou em outros ciclos”.
2 – Vencendo a timidez sozinho
“Existem técnicas, sim, que fazem com que a gente trabalhe a timidez de forma individual. Uma dessas técnicas é enfrentar seus medos de forma gradual. Isso significa que a gente deve começar com as interações sociais mais simples, como cumprimentar alguém ou iniciar uma conversa, mesmo que breve. Aos poucos, vá enfrentando situações mais desafiadoras, como falar em um grupo ou em público. Isso ajuda a diminuir os sinais e sintomas de ansiedade e aumentar a sua confiança”, sugere o professor.
3 – Reformule seus pensamentos
“A maioria dos nossos pensamentos são automáticos, rápidos e, muitas vezes, negativos e distorcidos. Como, por exemplo, acha que as outras pessoas vão julgar o tímido ou que ele não é uma pessoa interessante. A gente deve desafiar esses pensamentos. Lembrando-se que todos nós temos inseguranças”, lembra.
Um caminho importante para enfrentar isso é tornar os pensamentos mais equilibrados, como por exemplo, compreendendo que todos cometem erros e isso faz parte do aprendizado. “Isso é uma tarefa diária que pode ser reforçada todos os dias”, indica.
E por último, Juliano recomenda a prática de técnicas de relaxamento. “Antes de enfrentar uma situação social que causa ansiedade ou sinais e sintomas de ansiedade é interessante respirar profundamente e de forma bem controlada. Isso faz com que a gente fique mais calmo para lidar com as dificuldades”.
4 – Hora de procurar um profissional
O profissional de Psicologia vai identificar as causas, as raízes desse problema e desenvolver estratégias junto a essa pessoa. “Este profissional vai conseguir traçar um plano terapêutico para auxiliá-la e também recomendar um tratamento adequado que pode incluir também a ajuda de outros profissionais”.
5 – Adulto tem jeito?
“É totalmente possível conseguirmos vencer a timidez na fase adulta. Para isso algumas estratégias podem ajudar bastante, que é o enfrentamento gradual. Comece com pequenas interações sociais e aumente a dificuldade aos poucos. E redirecione o foco: em vez de se preocupar com o que os outros pensam, concentre-se na conversa, em ouvir o que o outro está dizendo, isso reduz os sinais e sintomas de ansiedade e melhora a interação”, ensina o professor.
No mais, é importante sempre buscar o aprendizado. Afinal, ninguém nasce sabendo e viver é aprender a todo momento. “Pratique a assertividade, aprenda a expressar suas opiniões e necessidades de forma clara e respeitosa, isso ajuda a construir a autoconfiança e facilita também para que as relações sejam mais saudáveis”, explica Juliano.
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