O mês de dezembro é marcado pelo Dezembro Laranja, uma campanha de conscientização sobre o câncer de pele, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Durante esse período, a população é incentivada a refletir sobre os cuidados necessários com a pele, principalmente pela exposição constante ao sol. O câncer de pele, embora seja um dos tipos mais comuns no Brasil, ainda é cercado de mitos e negligências quando o assunto é prevenção.
De acordo com a médica dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mayla Carbone, o dia a dia urbano também exige cuidados rigorosos. “A exposição cumulativa ao sol, como durante o trânsito ou atividades ao ar livre, contribui para o aumento do risco. Não é preciso estar de férias na praia para desenvolver lesões provocadas pelos raios UV”, explica.
A especialista ressalta a importância do uso diário de protetor solar, especialmente em grandes cidades, onde o reflexo do sol em superfícies como asfalto e vidros potencializa a exposição.
Além disso, a rotina de cuidados com a pele pode unir saúde e estética. Protetores solares com cor, por exemplo, oferecem proteção contra luz visível e ajudam a uniformizar o tom da pele. Formulados com antioxidantes, eles também combatem o envelhecimento cutâneo e acabam se tornando aliados para quem busca praticidade e benefícios adicionais.
No campo do diagnóstico e tratamento, a dermatologista explica como avanços tecnológicos tornam a detecção precoce mais eficiente. Ferramentas como a dermatoscopia digital e o uso de inteligência artificial no mapeamento de pintas permitem identificar alterações suspeitas de forma precisa e ágil.
- Novo estudo pode mostrar como evitar rugas na pele
- Expossomo: os impactos ambientais e de estilo de vida na saúde da pele
“A inteligência artificial tem revolucionado o diagnóstico. Algoritmos usados nesses sistemas são treinados com uma base extensa de imagens clínicas e resultados de biópsias de alta qualidade, o que eleva significativamente a taxa de acerto, porém, é sempre bom lembrar que inteligência artificial não substitui a visita dermatológica”, detalha Mayla.
Esses avanços também estão sendo implementados por meio de novas ferramentas digitais. O Laboratório de Análise de Imagens e Sinais (LAIS), do Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), desenvolveu um aplicativo que utiliza aprendizado de máquina para rastrear e classificar lesões na pele. Disponível para smartphones, o app tem como objetivo servir de suporte aos profissionais de saúde durante a avaliação inicial, ampliando a acessibilidade ao diagnóstico precoce.
A médica também enfatiza que a conscientização vai além do uso do protetor solar. “É importante adotar chapéus, óculos escuros e roupas com proteção UV, além de realizar consultas regulares com um dermatologista, especialmente para quem já apresenta histórico de lesões ou câncer de pele na família”, alerta.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia