Felicidade é um estado que se vive diante de um momento, interno ou externo, e que diz respeito apenas àquele que sente -  (crédito: Freepik)

Felicidade é um estado que se vive diante de um momento, interno ou externo, e que diz respeito apenas àquele que sente

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Com a chegada de dezembro chegam também sentimentos muitas vezes ambíguos. Por um lado, as celebrações de happy hour, amigos secretos, confraternizações e, por outro, o cansaço acumulado e a pressão por terminar o ano "com tudo feito". Sem falar das pessoas que estão passando por situações delicadas ou perderam alguém querido. O imaginário coletivo fala que o fim de ano deve ser marcado pela felicidade e gratidão, mas a realidade nem sempre corresponde a isso e a saúde mental pode ser afetada.

 

"O fim do ano é um período em que as pessoas fazem balanços pessoais - muita vezes voltando para a famosa lista de resoluções de ano novo feita no ano anterior -  e se comparam com metas não atingidas ou ideais irreais. A imposição de felicidade ou de ter feito muitas coisas durante o ano nas redes sociais e nos círculos sociais aumenta essa sensação de inadequação, criando um ambiente emocionalmente desgastante", diz a psicóloga e fundadora do Instituto Vita Alere, Karen Scavacini.

 

 

 

Soma-se a isso o "sprint" que muitos fazem para encerrar dezembro com tudo feito. “Dezembro é o mês que todo mundo corre para realizar o que der com a ideia de fechar o ano com chave de ouro. O problema é que essa correria pode resultar num acúmulo ainda maior de cansaço, porta de entrada para sofrimentos e desgastes em saúde mental. A 'chave de ouro' somado ao 'tudo valeu a pena' é um convite para o desgaste da mente”, complementa Karen.

 

 

 

 

A realidade é que devemos acolher os nossos sentimentos com relação ao fim de ano de maneira individual. “Nem todo mundo precisa acordar cantando jingle bell todos os dias. Muitas pessoas se sentem, inclusive, mais tristes nessa época do ano e os motivos são diversos: da saudade de um ente que partiu, da dor de não estar perto da família, da frustração de planos não concretizados. Acolher esse sentimento e entender que ele faz parte do momento vai, inclusive, ajudar na saúde mental. É uma cobrança a menos que nos colocamos”, fala a especialista.

 

Felicidade não é uma obrigação, reforça Karen. "É um estado que se vive diante de um momento, interno ou externo, e que diz respeito apenas àquele que sente. Esquecer as cobranças externas - inclusive as das redes sociais - é o que vai proteger a sua saúde mental nesta época do ano. Priorize-se”, recomenda.

 

 

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