Mulheres em uso abusivo de álcool e outras drogas enfrentam barreiras significativas no acesso a cuidados na Atenção Primária à Saúde (APS). É o que revela a pesquisa “Mulheres Usuárias de Álcool e Outras Drogas na Atenção Primária à Saúde: uma Revisão Integrativa com enfoque nas perspectivas de pacientes e profissionais de saúde”.
O estudo analisa como fatores sociais, de gênero e estigmas culturais afetam o diagnóstico precoce e a qualidade do atendimento, trazendo reflexões importantes para a prática profissional e o desenvolvimento de políticas públicas.
A pesquisa foi motivada pela vivência da autora, Vanessa Isabel Marçal Fileto, no cuidado a mulheres em dois Centros de Referência em Saúde Mental – Álcool e Drogas (CERSAMs AD) e em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Em sua prática, ela observou lacunas no acolhimento dessas pacientes, frequentemente invisibilizadas por estigmas associados ao gênero e ao uso de substâncias. A vivência no SUS evidenciou a complexidade do cuidado oferecido a mulheres em situação de vulnerabilidade.
Essa realidade despertou questionamentos sobre como o cuidado inicial oferecido pelas unidades básicas de saúde poderia ser mais eficiente e acolhedor. “É notório que o uso de substâncias por mulheres ainda é invisibilizado, tanto pelos profissionais quanto pelas próprias pacientes, que evitam expor sua situação por medo de julgamento”, aponta a pesquisadora.
O impacto dos estigmas sociais e de gênero no cuidado
Mulheres enfrentam julgamentos sociais por estarem associados ao papel de cuidadora, que, na percepção da sociedade, não condiz com o uso de álcool e drogas. Esse estigma é ainda mais forte em mulheres gestantes, que omitem o uso de substâncias por receio de perder a guarda de seus filhos ou sofrerem retaliações familiares.
A vulnerabilidade de mulheres em uso abusivo de substâncias
A pesquisa ressalta que muitas mulheres em uso abusivo de substâncias estão expostas a situações de violência física e sexual, principalmente aquelas que utilizam drogas ilícitas. Essa realidade demanda uma abordagem integrada que vá além do sistema de saúde, envolvendo políticas públicas de proteção social. (Com informações do da UFMG)
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