Sophia tem 6 anos e iniciou o tratamento. Ela tem hipersensibilidade sensorial -  (crédito: Redes Sociais)

Nas redes sociais, Maíra detalhou as curiosidades do transtorno da filha Sophia

crédito: Redes Sociais

Na última sexta-feira (27/12), a influenciadora Maíra Cardi fez um desabafo ao comentar sobre o diagnóstico de sua filha Sophia, fruto de seu antigo relacionamento com Arthur Aguiar. A menina enfrenta o Transtorno de Processamento Sensorial (TPS), uma condição neurológica que impacta a forma como o cérebro processa informações sensoriais.  Maíra Cardi decidiu falar do assunto para ajudar outras mães que às vezes acham que a criança está de birra, assim como ela mesmo achava.

 

 

Em um vídeo publicado em seu TikTok, Maíra Cardi relatou: "Em resumo, o cérebro age da maneira diferente das outras pessoas porque a percepção sensorial é diferente. É como se os sentidos dela fossem aguçados, o tato, a audição, da visão, cheiro", disse ela, e completou: "Eu achava que era uma frescura. Mas, agora, descobrindo que é um transtorno, uma hipersensibilidade sensorial, muda completamente. Porque muda minha abordagem com ela, minha paciência, muda o tratamento que ela vai iniciar agora. E inclusive eu não forçar ela a alguma coisa que não posso forçar. Se você força a sua criança, você pode causar um dano muito maior", explicou.

 

@cardinigro Descobri que a Sophia tem TPS e achei importante compartilhar a informação com vocês! #Maternidade #TPS #familia #filha #mae #transtorno ? som original - Cardi Nigro

 

"A Sophia tem hipersensibilidade sensorial, que é fragmento dentro disso, é o que a gente mapeou até agora. Ela nasceu com a hipersensibilidade auditiva. Quando ela era bebê, ela tinha muita dificuldade para dormir de dia, e começou a arrancar os cabelos da cabeça, de tanto nervoso por não conseguir dormir. Sophia acordava 10 vezes durante a noite, e de dia ela não dormia. A gente isolou todo quarto dela de barulho, de luz, de tudo, e colocava uma música de dormir. O quarto dela, eu mandei fazer acústico, como se fosse um estúdio de música, e o breu da escuridão", disse.

 


Mas dos que se trata o transtorno?


Essa síndrome não é comum e pode ter fator genético, mas também existem outros fatores extrínsecos que podem colocar as crianças em risco. Estes incluem privação materna, parto prematuro, desnutrição pré-natal e cuidados institucionais precoces.

De acordo o biólogo e neurocientista, pós PhD Fabiano de Abreu Agrela, a síndrome do transtorno sensorial (TPS) é uma condição que afeta a forma como o cérebro processa as informações sensoriais (estímulos). "As informações sensoriais incluem coisas que você vê, ouve, cheira, prova ou toca."

 

O especialista também explica que a TPS pode afetar todos os seus sentidos. "Ou apenas um e geralmente significa que você é excessivamente sensível a estímulos que outras pessoas não são", informa.

 

Os diagnósticos são feitos a partir dos testes de Integração Sensorial e Práxis. Este consiste em 17 testes que são usados para testar vários aspectos do processamento sensorial. Na TPS, o sistema nervoso não sabe quando prestar atenção ou ignorar os estímulos. "Isso leva a uma busca sensorial anormal ou a esconder-se da estimulação", diz.

 

Fabiano observa que as crianças são mais propensas do que os adultos. Mas os adultos também podem apresentar sintomas. Em adultos, é provável que esses sintomas existam desde a infância.

 

Algumas situações e sintomas que podem ocorrer:

 

* Costumam pensar que a roupa está arranhando ou coçando demais
* Que as luzes parecem muito brilhantes
* Que os sons parecem muito altos
* Que os toques suaves parecem muito difíceis
* Experimentação as texturas dos alimentos que os fazem engasgar
* Têm pouco equilíbrio ou parecem desajeitados
* Têm medo de brincar nos balanços

 

Tipos de SPD

As três principais categorias de SPD incluem:

* Transtorno de Modulação Sensorial
* Transtorno de discriminação sensorial
* Transtorno motor de base sensorial

 

Ajuda e diagnósticos

 

O tratamento é feito por um terapeuta ocupacional em atividades que ajudam a treinar os sentidos. De acordo com Fabiano Abreu, muitos terapeutas usam uma abordagem de integração sensorial (SI), que começa em um ambiente controlado e estimulante que desafia os sentidos sem sobrecarregar o paciente ou sentimentos de fracasso. "Com o tempo, o objetivo é estender as respostas aprendidas e apropriadas dos pacientes desenvolvidas na terapia para o mundo fora da clínica: casa, escola e vida", observa.