A prevenção é a chave para reduzir a incidência da neoplasia -  (crédito: Freepik)

A prevenção é a chave para reduzir a incidência da neoplasia

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Na estatística sobre  o câncer de pele no Brasil, Minas Gerais aparece em terceiro lugar, com maior número de casos da versão melanoma da doença, considerada mais agressiva e com altas chances de metástase, situação na qual ela se espalha por outros órgãos.

A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que até o próximo ano, 900 pessoas sejam diagnosticadas com a neoplasia por aqui. São Paulo (3120) e Santa Catarina (1040) aparecem na primeira e segunda posições, respectivamente.

 

 

A médica oncologista Elisa Ramos explica que o melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Em pessoas de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.“Uma lesão mais grave pode crescer e invadir outras estruturas do corpo humano, além de ser mais profunda”, destaca.

Por outro lado, a especialista – integrante da equipe médica da Cetus Oncologia, clínica especializada em tratamentos oncológicos com unidades em Belo Horizonte, Betim e Contagem – acrescenta que, assim como a maioria dos tumores, quanto mais cedo é feito o diagnóstico, maiores serão as chances de cura. “Fases iniciais [da doença] demandam, na maioria dos cenários, intervenção cirúrgica. Já quadros avançados requerem terapias com drogas-alvo ou imunoterapia. A imunoterapia, inclusive, tem sido bastante aplicada – e com relativo sucesso - nos casos de câncer de pele melanoma. Temos, hoje, drogas consideravelmente ativas com toxicidade muito menor e respostas importantes, o que tem melhorado o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes”.

Para identificar a doença ainda precoce, Ramos afirma ser fundamental ficar atento diante de qualquer lesão suspeita, como por exemplo as irregulares, com cores diferentes, elevadas, com crescimento rápido e persistentes, com cicatrização demorada. “O primeiro passo é procurar um dermatologista, que irá investigar a lesão com um dermatoscópio, lupa de grande aumento. Alguns [dermatologistas] fazem a biópsia, outros já encaminham o paciente para um cirurgião, a depender da região do corpo onde a lesão está localizada e de sua extensão”, explica. A investigação pode seguir para um laboratório de anatomia patológica, que irá definir, a lesão – uma vez identificada – é benigna ou neoplasia, para, em seguida, começar ao tratamento.

 

Prevenção

 

Além do uso de filtro de proteção solar (FPS), Elisa Ramos informa que roupas com proteção Ultravioleta (UV), bonés e óculos são fundamentais na prevenção diária do câncer de pele, principalmente porque vivemos em um país com alta incidência dos raios solares. É importante ainda, segundo a oncologista, que os pais cuidem de suas crianças, pois a exposição cumulativa ao sol pode resultar em maiores chances de diagnóstico ao longo da vida.

 

 

“Vale ressaltar ainda que 2024 foi um ano muito atípico, marcado por altas temperaturas e ondas de calor. Então é importante redobrar os cuidados. Agora, com a chegada do verão, é preciso ainda mais atenção. Quanto mais clara a pele, maior o risco, o que não isenta o cuidado para aqueles com peles escuras. É válido lembrar ainda que o melanoma pode acontecer até mesmo em áreas de pouca exposição solar, como plantas dos pés, portanto qualquer suspeita, reforço, merece investigação”.