Uma mulher colocada em coma induzido após passar por uma grave doença na gravidez descreveu como acordou e descobriu que seu bebê havia nascido.
Atlanta McIntyre, de 29 anos, da cidade de Rhondda Cynon Taff, no País de Gales, teve náuseas e vômitos excessivos durante a gravidez, conhecidos como hiperêmese gravídica (HG).
Durante um episódio de vômito, McIntyre engasgou e teve que ser colocada em coma induzido pelos médicos.
Quando ela recuperou a consciência, descobriu que sua filha havia nascido de uma cesariana."Fiquei muito chocada e incrédula", disse McIntyre.
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"Lembro-me de dizer a todas as enfermeiras e ao meu parceiro que eles estavam mentindo para mim sobre tê-la tido."
Enjoos na gravidez, muitas vezes chamados de enjoos matinais, são muito comuns, com oito em cada 10 mulheres grávidas apresentando sintomas.
Mas algumas gestantes apresentam vômitos e náuseas extremos, conhecidos como HG, que geralmente necessitam de tratamento hospitalar.
Segundo o NHS, o sistema público de saúde do Reino Unido, a HG afeta cerca de uma a três em cada 100 mulheres grávidas.
"Minha doença começou cedo, desde o momento em que soube que estava grávida, antes mesmo de fazer o teste", conta McIntyre.
"Por volta de seis semanas, o enjoo matinal realmente começou. Toda manhã, eu acordava passando mal. Tudo que eu comia, eu passava mal."
A doença se tornou tão grave que McIntyre acabou precisando fazer um tratamento hospitalar constante para desidratação.
"Eu não conseguia manter nada no estômago. Não conseguia manter medicamentos ou algo assim".
"As pessoas ficavam me dizendo: 'Vai melhorar depois do primeiro trimestre', então, depois de 12 semanas, vai melhorar".
"Cheguei com cerca de 14 semanas e ainda era estranhamente grave a ponto de eu não conseguir reter líquidos".
"Foi quando me diagnosticaram com HG".
"Eu ia e voltava semanalmente, especialmente no final da minha gravidez, para o hospital", relata McIntyre.
Em fevereiro de 2024, durante sua 29ª semana de gravidez, McIntyre começou a se sentir mal ao comer.
"Eu basicamente engasguei (com o vômito) e ele foi direto para meus pulmões", conta McIntyre.
Ela ficou tão doente que os médicos do Hospital Prince Charles, em Merthyr Tydfil, tiveram que colocá-la em coma induzido no dia 19 de fevereiro.
"Fiquei ali por umas boas 20 horas antes de fazerem uma cesárea", conta.
"A frequência cardíaca dela (da bebê) caiu drasticamente, e eles disseram ao meu parceiro: 'Está na hora — temos que tirá-la agora, caso contrário ela não sobreviverá'."
A filha de McIntyre, Poppy, nasceu prematuramente, com 29 semanas, em 20 de fevereiro, pesando 1,4 kg.
A bebê foi transferida para o Hospital Singleton, em Swansea, para receber cuidados.
Quando McIntyre acordou do coma, três dias depois, ela descreveu que estava se sentindo aterrorizada.
"Foi assustador, não saber se a (Poppy) estava bem", conta McIntyre.
"Ela estava intubada e ventilada na época, em um hospital completamente diferente do meu."
O parceiro de McIntyre a visitava durante o dia antes de ir para Singleton para passar um tempo com a filha à noite.
Cerca de 10 dias depois de acordar do coma, McIntyre conheceu sua filha.
"Foi realmente assustador para nós, mas foi incrível vê-la e conferir como ela havia progredido apenas naqueles poucos dias em que eu não estava por perto", lembra McIntyre.
Agora, com 10 meses, Poppy está morando em casa e passando bem.
O que é hiperêmese gravídica (HG)?
- A hiperêmese gravídica (HG) é diferente do enjoo matinal, que afeta cerca de 80% das mulheres grávidas.
- O enjoo matinal causa náuseas e vômitos que geralmente melhoram por volta da 16ª ou 20ª semana de gravidez.
- Em contraste, mulheres com HG podem vomitar mais de 50 vezes por dia e sentir náuseas constantes e intensas, interferindo significativamente no seu dia a dia.
- As complicações da HG podem incluir deficiência grave de vitaminas devido a vômitos excessivos, perda significativa de peso, desidratação e desnutrição, colocando em risco a saúde da mãe e do bebê.
"Eu fiquei tonta, letárgica, não conseguia levantar a cabeça, tinha dores de cabeça constantes e estava constantemente desidratada".
"Eu não conseguia manter líquidos no estômago. Qualquer coisa que eu cheirasse me deixava mal. Eu não conseguia comer alimentos gordurosos ou algo assim. Eu só conseguia comer alimentos sem graça — arroz, pão, biscoitos de gengibre."
"Foi quando a coisa ficou realmente ruim. Quando eu não conseguia nem segurar isso. Perdi muito peso durante a gravidez. O fato de ela ter nascido com três libras me espanta."
McIntyre espera que, ao contar sua experiência com HG, ela possa encorajar outras mulheres grávidas que sofrem da mesma condição a procurar ajuda.
"Eu diria a outras mulheres: não é normal se sentir assim", afirma ela.
"Não se deixe levar por quem diz que é só enjoo matinal... Eu era praticamente uma morta-viva".