
Aos 88 anos, papa sofre queda; como minimizar os riscos nesta idade?
O pontífice já tem enfrentado diversos problemas de saúde
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Siga noO papa Francisco caiu e machucou o braço direito, informou o Vaticano em comunicado, na última quinta-feira (16). A lesão, gerada por causa de uma queda em sua residência, acontece poucas semanas depois de outra queda, onde o pontífice bateu o queixo na sua mesinha de cabeceira, o que provocou um hematoma em seu queixo.
Francisco precisou colocar uma tipoia por precaução. "Esta manhã, por causa de uma queda na Casa Santa Marta, o papa Francisco sofreu contusão no antebraço direito, sem fratura. O braço foi imobilizado como medida de precaução", informou o Vaticano.
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O papa já tem enfrentado diversos problemas de saúde, incluindo longos períodos de bronquite. Aos 88 anos, ele já tem recorrido ao uso de uma cadeira de rodas, bengala e andador.
Quedas entre idosos
As causas das quedas entre idosos são diversas e vão desde fatores clínicos, como hipotensão ortostática – que consiste na queda súbita na pressão arterial quando o indivíduo se levanta ao estar sentado ou deitado - e problemas de memória, até questões ambientais, como tapetes soltos e iluminação inadequada. “Os idosos acumulam fatores de risco, como baixa vitamina D, calçados inadequados, uso de medicamentos e condições emocionais, como depressão e medo de cair, que aumentam a probabilidade de acidentes", explica a geriatra Kelem de Negreiros Cabral, do Hospital Sírio-Libanês.
Alguns indicadores podem sinalizar a necessidade de uma avaliação mais detalhada:
- Quedas ou quase quedas nos últimos 12 meses
- Sensação de desequilíbrio ao andar
- Preocupação constante com a possibilidade de cair.
Ao notar esses sinais, é importante buscar ajuda profissional. “Compreender e agir sobre os fatores de risco pode salvar vidas e melhorar significativamente a qualidade de vida dos idosos”, recomenda Kelem. De acordo com ela, a prevenção de quedas é um esforço coletivo que exige atenção, educação e mudanças, mas que pode garantir mais segurança e autonomia na terceira idade.
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Segundo o fisioterapeuta Bernardo Sampaio, com o aumento da idade, as quedas são mais arriscadas e podem ser fatais para os idosos, já que o envelhecimento traz diversas mudanças físicas que aumentam a vulnerabilidade para lesões graves. "Após uma queda, os idosos também correm um risco maior de complicações sérias, como a formação de coágulos sanguíneos e infecções (por exemplo, pneumonia) devido ao tempo prolongado de imobilidade durante a recuperação", ressalta.
Bernardo ainda destaca que para pessoas idosas com condições de saúde pré-existentes — como doenças cardíacas, diabetes e pressão alta —, uma queda pode desencadear outros problemas de saúde ou agravar os que já existem, dificultando ainda mais a recuperação, "o que pode aumentar o risco de fatalidades", complementa.
A prevenção de quedas em idosos exige uma abordagem abrangente que combine ajustes no ambiente doméstico e cuidados clínicos. Medidas simples, como instalação de corrimãos, luzes noturnas e a eliminação de tapetes soltos, podem minimizar riscos, mas, de acordo com a geriatra, é fundamental ir além. “Avaliar a marcha, o equilíbrio e as condições clínicas do idoso permite identificar fatores de risco específicos”, destaca. Relatar episódios de quase quedas ou quedas leves ao médico também é crucial para ajustes no plano de cuidados, reforçando o papel dos familiares e cuidadores nesse processo.
No Brasil, um em cada quatro idosos sofre quedas anualmente, de acordo com o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (Elsi-Brasil). De acordo com o DataSUS, no primeiro bimestre de 2024, foram registrados 17.136 atendimentos hospitalares e 9.658 atendimentos ambulatoriais envolvendo idosos na faixa etária de 60 a 110 anos. Em 2023, os números foram maiores, com 106.401 atendimentos hospitalares e 45.684 ambulatoriais.
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