A tragédia ocorrida no início desta semana no interior do Amazonas, em que um adolescente de 16 anos morreu após levar uma bolada no peito durante uma partida de futebol, trouxe à tona uma rara condição médica conhecida como Commotio Cordis.

O caso chocou a comunidade esportiva e levantou discussões sobre prevenção e o preparo para emergências em atividades esportivas.




De acordo com o cardiologista Raphael Boesche Guimarães, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o Commotio Cordis ocorre quando um impacto não penetrante no tórax atinge o coração em um momento específico do ciclo cardíaco, desencadeando uma arritmia fatal. Apesar de ser um evento raro, sua gravidade exige atenção.

 

"Apenas exames post-mortem poderão confirmar a causa, mas é fundamental entender os riscos e medidas preventivas para evitar novas tragédias", destaca o especialista.


Jovens atletas, especialmente aqueles que praticam esportes de impacto como futebol, beisebol e artes marciais, estão no grupo de maior risco. Raphael aponta que medidas simples, como o uso de proteções adequadas e avaliações cardiológicas regulares, podem salvar vidas.

Além disso, a estruturação dos centros esportivos com equipamentos de emergência, como desfibriladores externos automáticos (DEA), é essencial.


O cardiologista também reforça a importância do treinamento em primeiros socorros. "Ter profissionais capacitados em suporte básico e avançado de vida e protocolos claros de emergência pode fazer a diferença entre a vida e a morte em casos como este", explica.


Raphael ressalta que o sucesso no atendimento de emergências cardíacas depende de uma cadeia de ações rápidas: o reconhecimento precoce do colapso e o acionamento do serviço de emergência; a realização de compressões torácicas eficazes e ventilação adequada; o uso do DEA nos primeiros minutos após o colapso; e a garantia de atendimento especializado e transporte adequado ao hospital.


O caso do jovem amazonense é um lembrete doloroso da fragilidade da vida e da importância da prevenção e preparo. "A medicina moderna nos oferece ferramentas eficazes para prevenir e atender emergências cardíacas, mas o sucesso depende de estrutura adequada, equipe treinada e protocolos claros. Cada segundo conta", conclui  Raphael.

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