Kate Middleton anunciou nesta terça-feira (14) que, após concluir o tratamento para o câncer, que incluiu uma grande intervenção cirúrgica e sessões de quimioterapia, está em remissão da doença. Em uma postagem sobre visita ao Royal Marsden Hospital, em Londres, onde está sendo cuidada, a Princesa de Gales agradeceu pelos cuidados e demonstrou esperança após os momentos desafiadores pelos quais passou no último ano. 

 

“É um alívio estar agora em remissão e eu continuo focada na recuperação. Como qualquer pessoa que tenha passado por um diagnóstico de câncer sabe, leva tempo para se adaptar a um novo normal. No entanto, estou ansiosa por um ano cheio de realizações. Há muito pelo que esperar”, relatou. 

 

De acordo com informações da Oncoclínicas, o termo remissão se refere à fase em que não há sinais de atividade da doença. A ausência de células tumorais no organismo pós-tratamento, contudo, pode não significar a cura completa, podendo haver o chamado risco de recidiva - quando o surgimento de novos tumores podem ocorrer. Para cada tipo de câncer, dependendo das suas características, o diagnóstico de remissão prevê um tempo determinado de checagem de sinais detectáveis em exames clínicos, laboratoriais e de imagem. 

 



                                                                                                                                                           

 

Durante a visita, Kate teve a oportunidade de trocar experiências com outros pacientes oncológicos atendidos pelo hospital e falou sobre a rotina exaustiva de quem precisa passar pelas condutas de combate ao câncer, como a quimioterapia. “É muito difícil. É um choque tão grande. Todos me disseram para manter uma mentalidade positiva, isso faz muita diferença”, afirmou, segundo o jornal britânico Daily Mail.

 

Entenda o caso de Kate Middleton

 

No início deste 2024, durante exames de rotina que identificaram alterações suspeitas, Kate descobriu a neoplasia. Logo após o diagnóstico, ela passou por um procedimento cirúrgico no abdome. A princesa, em seguida, anunciou que estava se submetendo a um processo de "quimioterapia preventiva" para tratar um tipo de câncer não revelado.

 

"Em janeiro (2024), eu passei por uma grande cirurgia abdominal e na ocasião pensou-se que minha condição não era de câncer. A cirurgia foi bem-sucedida, no entanto exames após a operação mostraram que havia câncer. Minha equipe médica aconselhou que eu me submetesse a uma quimioterapia preventiva, e agora estou nos estágios iniciais desse tratamento", contou naquele período.  

 

O tratamento quimioterápico consiste basicamente na utilização de medicamentos que tem por missão eliminar as células cancerosas e impedir que elas se espalhem e se multipliquem no organismo.

 

De acordo com Mariana Laloni, oncologista e diretora médica técnica da Oncoclínicas, dentre as diversas finalidades de indicação da quimioterapia, o especialista irá avaliar o tipo do tumor, tamanho, localização, se existem ou não metástases, idade do paciente, estado geral de saúde, medicamentos em uso e histórico. Depois de obter todas as respostas, o tratamento adequado será indicado ao paciente, podendo ou não ser adotadas estratégias combinadas a outras alternativas terapêuticas.

 

Entre as finalidades do uso deste tipo de medicação, estão:

 

  • Quimioterapia curativa: na tentativa de curar o câncer completamente
  • Quimioterapia neoadjuvante: feita antes ou associada a outros tratamentos, para deixá-los ainda mais eficazes. Aqui, o objetivo da quimioterapia é “encolher” o tumor para potencializar o efeito da radioterapia ou da cirurgia
  • Quimioterapia adjuvante: feita após a cirurgia ou a radioterapia, como forma de evitar a recidiva (retorno) do câncer
  • Quimioterapia paliativa: Se a cura não for possível, a quimioterapia pode ser realizada para o alívio dos sintomas do câncer

 

A oncologista lembra que os avanços científicos no combate ao câncer garantem atualmente um vasto leque de possibilidades para os pacientes oncológicos, que serão definidas a partir de avaliações do perfil da doença de cada indivíduo, de forma cada vez mais personalizada. “Precisamos lembrar que existe um arsenal de estratégias médicas possíveis, a maioria delas muito avançadas e com altas taxas de cura. Cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapias alvo são alguns dos pilares de tratamento que mudaram o panorama de uma doença que, no passado, já foi tão temida.”

 

 

Para Mariana Laloni, mesmo com os avanços e casos de cura, ainda existe um grande desafio em desmistificar o diagnóstico de câncer e tratamentos para a doença, bem como ressaltar que a jornada de cuidado demanda tempo e paciência. Por isso, a especialista enfatiza que é essencial que após o encerramento do ciclo de tratamento, os pacientes mantenham a rotina de consultas e exames periódicos para controle.  

 

Panorama global

 

Atualmente, considerando uma prevalência de cinco anos da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que aproximadamente 53,5 milhões de pessoas estão vivendo com câncer em todo mundo, sendo que 1,6 milhão delas está no Brasil - um número que, conforme as perspectivas da entidade, seguirá crescendo. 

 

As projeções indicam uma tendência de elevação dos índices mundiais de detecção do câncer, chegando ao patamar médio de aumento de 77% em 2050 - quando comparado ao cenário registrado em 2022, com 20 milhões de novos casos da doença. Isso significa que nas próximas décadas uma a cada cinco pessoas terá câncer em alguma fase da vida.

 

Em 2022, 10 tipos de câncer representaram dois terços dos novos casos e dos nove milhões de óbitos decorrentes da doença. O de pulmão foi o mais comum em todo mundo, com 2,5 milhões de diagnósticos (12,4% do total), seguido do câncer de mama feminino (2,3 milhões, ou 11,6%), colorretal (1,9 milhão, 9,6%), próstata (1,5 milhão, 7,3%) e estômago (970 mil, 4,9%). Globalmente, tumores de pulmão (18,7%), colorretal (9,3%) e fígado (7,8%) foram as principais causas de óbito pela doença.

 

No Brasil, dos 1.634.441 pacientes oncológicos em 2022 — incluindo os novos casos e aqueles diagnosticados em cinco anos —, 278.835 morreram, principalmente de tumores de pulmão, mama feminino e colorretal. As três maiores incidências foram próstata (102.519), mama feminino (94.728) e colorretal (60.118). O risco de desenvolver qualquer tipo de câncer no país antes dos 75 anos foi de 21,5%, sendo maior (24,3%) entre os homens.

 

Considerando a previsão de novos casos em 2050, o Brasil deve registrar 1,15 milhão de novos casos, um aumento de 83,5% em comparação a 2022. As mortes por câncer também devem ter um aumento considerável: 554 mil, 98,6% a mais do que o atual volume registrado de óbitos pela doença no país.

 

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