Belo Horizonte registrou dois incêndios domésticos em menos de uma semana, reacendendo o alerta para os perigos da inalação de fumaça e das queimaduras. Na manhã desta terça-feira (14/01), um apartamento no 12º andar de um prédio na rua Andaluzita, no Bairro Carmo, pegou fogo após um problema em um ar-condicionado. Três dias antes, um incêndio atingiu o Edifício Levy, no Centro da capital, mas felizmente ninguém se feriu.
Diante desses episódios, especialistas explicam os riscos e orientam sobre os primeiros socorros para vítimas de queimaduras e inalação de fumaça.
A inalação de fumaça pode causar intoxicação grave, mesmo em ambientes onde as chamas não se espalham amplamente. Isso ocorre porque a fumaça contém monóxido de carbono, cianeto e outras substâncias tóxicas que podem comprometer rapidamente a respiração.
De acordo com o Manual MSD, os sintomas de intoxicação por fumaça incluem:
- Tosse intensa
- Falta de ar
- Irritação nos olhos e vias respiratórias
- Dor de cabeça e tontura
- Náuseas e confusão mental
Se uma pessoa inalar fumaça, o ideal é retirá-la imediatamente do ambiente e levá-la para um local arejado. Caso apresente dificuldades para respirar, buscar atendimento médico urgente é essencial. Nos casos mais graves, pode ser necessário o uso de oxigênio suplementar ou mesmo internação para monitoramento.
Queimaduras domésticas
As queimaduras, dependendo do grau de gravidade, podem exigir atendimento médico imediato. A médica Nicolly Machado, pós-graduada em Dermatologia, explica que o primeiro passo é interromper o processo de queimadura resfriando a região afetada com água corrente fria (não gelada) por 10 a 15 minutos. Além disso, ela alerta para erros comuns, como o uso de gelo, manteiga, pasta de dente ou café, que podem piorar a lesão e aumentar o risco de infecção.
“Esses produtos podem ser veículos de infecção e piorar aquela lesão. Outro erro é o de estourar as bolhas em casa. Isso aumenta o risco de infecção e contaminação. A bolha é uma camada de proteção e só pode ser removida por um médico, através de procedimento e, posteriormente, aplicar um antibiótico tópico”, explica.
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O dermatologista Cristiano Kakihara, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), reforça que a gravidade da queimadura determina os próximos passos:
- Queimaduras de 1º grau (vermelhidão e dor leve): geralmente tratadas com hidratantes ou cremes específicos. Cicatrizam em cerca de uma semana
- Queimaduras de 2º grau (bolhas e dor intensa): devem ser avaliadas no pronto-socorro. O uso de antibióticos tópicos pode ser necessário para evitar infecções
- Queimaduras de 3º grau (destruição da pele, músculos ou ossos): são emergências médicas que exigem atendimento hospitalar imediato
“No geral, as queimaduras são tratadas no pronto-socorro pelos clínicos gerais ou cirurgiões gerais - profissionais que vão analisar o grau da queimadura, orientar produtos mais adequados e, se o paciente ficar com cicatrizes, indicar terapias para prevenir manchas marrons, cicatrizes brancas ou mesmo cicatrizes queloidianas. É importante frisar, a queimadura é um processo muito doloroso e requer medicações para a dor, muitas vezes potentes, então é importante procurar ajuda profissional”, enfatiza Cristiano.
Nos casos de incêndio, o mais seguro é evacuar o local imediatamente e acionar o Corpo de Bombeiros (193). Se houver vítimas de queimaduras ou intoxicação por fumaça, busque ajuda médica rapidamente para evitar complicações graves.
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