SAÚDE DA MULHER

Está tentando engravidar? Entenda o papel do ácido fólico

Embora o nutriente previna algumas malformações do sistema nervoso central do feto, ele também é relacionado à fertilidade

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“Já tentou tomar ácido fólico?”: essa é a frase que as mulheres tentam engravidar mais ouvem das amigas. “O ácido fólico é uma vitamina hidrossolúvel do grupo B (mais especificamente a B9) que desempenha um papel importante em ajudar o corpo a produzir glóbulos vermelhos e transportar oxigênio para todas as partes do corpo. Ele tem importante recomendação científica para prevenir algumas malformações do sistema nervoso central do feto, por isso deve ser ingerido por tentantes. No entanto, não há evidência de que o ácido fólico trate a infertilidade”, diz o especialista em reprodução humana Fernando Prado, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita. “Apesar disso, ele é importante para o nascimento saudável do bebê”, acrescenta.

O médico explica que o ácido fólico tem uma forma ativa, chamada metilfolato, que tem melhor absorção. “Ele deve ser tomado até três meses antes da própria gravidez para evitar defeitos de uma formação do sistema neurológico do feto porque ele atua nessa etapa inicial da gestação e realmente todas as mulheres devem usar o ácido fólico”, diz. Ferro, iodo, ômega-3 e vitamina D são outros nutrientes que podem ser recomendados para as gestantes com a intenção de nutrir o seu corpo e o do feto.

Segundo o médico, a infertilidade tem diversas causas. “As doenças mais comuns que causam a infertilidade na mulher são as alterações nas tubas uterinas, como as sequelas de doenças sexualmente transmissíveis ou ainda a endometriose. A endometriose não atrapalha apenas a questão das tubas uterinas, mas também impacta na qualidade dos óvulos, na sua chance de fertilização e na implantação do embrião no útero. Temos também os distúrbios ovulatórios, nos quais a mulher não ovula regularmente, especialmente nos casos da síndrome dos ovários policísticos. Não podemos deixar de citar a questão idade da mulher, que atrapalha tanto na qualidade quanto na quantidade dos óvulos”, diz.

Portanto, o especialista recomenda não perder tempo: “Chamamos de infertilidade quando o casal está há um ano tentando engravidar sem sucesso, mantendo relações sexuais no período fértil e não está usando nenhum método contraceptivo. No entanto, quando a mulher tem mais do que 35 anos, nós consideramos infertilidade quando esse período de tentativas é superior a seis meses apenas. Reduzimos o tempo para chamar o casal de infértil, justamente porque a idade da mulher é um dos principais fatores que podem atrapalhar as chances de gravidez”, explica. “Nesses casos, é preciso ficar claro que não adianta apostar todas as fichas no metilfolato, pois ele não é indicado para esse fim”, enfatiza Fernando.

A maneira mais fácil de obter a quantidade certa de ácido fólico na dieta é por meio de suplementação, embora ele seja encontrado em uma variedade de fontes naturais de alimentos, principalmente em vegetais de folhas verdes e grãos integrais. “A dose padrão recomendada para mulheres tentando engravidar ou durante as primeiras 12 semanas de gravidez é de 400 mcg por dia. O ácido fólico é considerado muito seguro. É extremamente raro atingir um nível tóxico ao comer folato de fontes alimentares. Embora seguro, quantidades diárias maiores do que 1.000 mcg por dia só devem ser tomadas sob supervisão médica”, diz o médico.

Por fim, o especialista ressalta que, caso não se obtenha sucesso nas tentativas de gravidez natural, o profissional médico deve ser novamente procurado para avaliar por que não aconteceu a gravidez e verificar se é necessário algum tratamento específico.

De maneira geral, existem dois tratamentos principais: a inseminação intrauterina e a fertilização in vitro. A inseminação intrauterina é um tratamento mais simples, em que verificamos alguma dificuldade de ovulação que pode ser corrigida com uso de alguns medicamentos ou quando há alteração seminal leve. Na inseminação, é obrigatório que a mulher tenha as suas tubas uterinas normais e que o sêmen do seu marido tenha uma qualidade e quantidade minimamente aceitáveis. "Quando falamos da fertilização in vitro, nos referimos a um tratamento um pouco mais sofisticado, que vai necessitar de uma ajuda laboratorial mais importante. Na fertilização in vitro, encontramos diversas indicações, tanto como a idade da mulher, endometriose, alterações nas tubas uterinas, baixa qualidade ou quantidade do sêmen, entre outras”, explica Fernando.

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