
Quais alimentos ajudam a aliviar as dores da fibromialgia?
A condição afeta cerca de 3% da população brasileira; entre os pacientes diagnosticados, de sete a nove em cada dez são mulheres
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Siga noA fibromialgia é uma síndrome reumática caracterizada por dor musculoesquelética crônica e difusa, além de sintomas como fadiga, inchaço (principalmente nas mãos, costas e braços), distúrbios do sono e dificuldades cognitivas, como lapsos de memória e falta de concentração. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia afeta cerca de 3% da população brasileira. Entre os pacientes diagnosticados, de sete a nove em cada dez são mulheres.
Embora sua causa ainda não seja totalmente compreendida, fatores como depressão, estresse e disfunção do sistema nervoso central estão frequentemente associados à condição. Além disso, inflamação de baixo grau, cefaleia, tontura, zumbido, dor torácica atípica, palpitações, desconfortos gastrointestinais (como dor abdominal, constipação, diarreia e dispepsia), tensão pré-menstrual, urgência miccional e alterações na microbiota intestinal também podem estar relacionados ao seu desenvolvimento. Diante desses sintomas, é essencial buscar acompanhamento profissional.
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O papel da alimentação no tratamento
A nutricionista clínica e mentora em vida saudável Jhenevieve Cruvinel destaca que a alimentação desempenha um papel fundamental tanto na prevenção quanto no controle da fibromialgia. Segundo ela, a deficiência de micronutrientes como vitamina B12, magnésio e selênio pode agravar sintomas como fadiga, dores e depressão.
Uma dieta equilibrada contribui para a redução da inflamação, melhora da microbiota intestinal e otimização do metabolismo energético, ajudando a aliviar os sintomas da doença. “Uma estratégia alimentar anti-inflamatória, rica em gorduras boas e minerais, traz muitos benefícios. Estudos demonstram que os alimentos têm o poder de atuar em processos inflamatórios, reduzindo a dor e o mal-estar”, explica.
Alimentos recomendados
Entre os alimentos que podem auxiliar no alívio dos sintomas da fibromialgia, a especialista recomenda:
- Fontes de ômega-3: peixes como sardinha, atum, salmão e cavalinha, além de linhaça e chia, que possuem efeitos anti-inflamatórios
- Fontes de polifenóis: azeite de oliva extravirgem, chás branco, preto e verde, maçã, laranja, uva, castanhas e linhaça. Esses antioxidantes ajudam a modular a resposta inflamatória e combatem o estresse oxidativo
- Flavonoides: presentes em frutas vermelhas (morango, mirtilo, framboesa, romã, cereja, uva e amora) e vegetais como cebola, pimentão, espinafre, brócolis, couve, alface e tomate. Também estão nos chás mencionados e no chocolate amargo. Esses alimentos auxiliam na prevenção de doenças cardiovasculares, na função cerebral e no combate ao envelhecimento precoce
- Curcumina: encontrada na cúrcuma, tem propriedades anti-inflamatórias e pode ajudar na redução de dores crônicas, além de contribuir para a prevenção do câncer e a melhora dos sintomas de Parkinson e Alzheimer
- Alimentos fermentados: iogurte natural, kefir, kombucha e chucrute são importantes para pacientes com fibromialgia, que frequentemente apresentam disbiose intestinal e inflamação sistêmica. Esses alimentos ajudam a regular a flora intestinal, reduzindo a sensibilidade à dor
- Minerais: banana, abacate, ameixa, vegetais verde-escuros, milho, nozes, amêndoas, castanha-do-pará, aveia e ovos são ricos em magnésio, selênio e zinco. Esses nutrientes auxiliam na redução do estresse, melhoram a função cognitiva e promovem o relaxamento muscular.
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O que evitar na dieta
Pacientes com fibromialgia devem restringir o consumo de alimentos ultraprocessados, que contêm aditivos, gorduras trans e açúcares refinados. Esses ingredientes agravam a inflamação e intensificam os sintomas da doença.
Entre os principais vilões estão:
- Refrigerantes, sucos e bebidas açucaradas
- Carnes processadas e embutidos
- Frituras, bolachas, doces e fast food
- Álcool e excesso de cafeína (café, energéticos e bebidas com cafeína)
Suplementação e hidratação
Alguns suplementos podem auxiliar no controle da fibromialgia, mas devem ser utilizados com orientação médica ou nutricional. Entre os mais indicados estão vitamina E, vitamina D, ômega-3, coenzima Q10 (que auxilia na produção de energia e na redução do estresse oxidativo) e minerais, especialmente o magnésio.
Além disso, manter-se bem hidratado melhora a circulação sanguínea, favorece a desintoxicação do fígado e contribui para a lubrificação das articulações, potencializando os efeitos da alimentação e da suplementação.
Estilo de vida
A fibromialgia tem múltiplos fatores desencadeantes, incluindo componentes emocionais. Por isso, um estilo de vida saudável é essencial para o controle da doença.
Entre as práticas recomendadas estão:
- Atividade física regular: optar por exercícios de baixo impacto, como pilates, caminhada, natação e ioga.
- Higiene do sono: estabelecer uma rotina de sono adequada para reduzir fadiga e dor.
- Gerenciamento do estresse: técnicas como meditação, respiração consciente e terapia podem ser benéficas.
- Contato com a natureza e redes de apoio: manter relações saudáveis e momentos de lazer contribuem para o bem-estar.
A fibromialgia é uma condição complexa e exige uma abordagem integrativa, unindo alimentação, atividade física e suporte emocional. Com essas estratégias, é possível melhorar a qualidade de vida e reduzir os impactos da doença no dia a dia.