
Brincadeiras analógicas fazem sucesso no recreio sem celular nas escolas
Com a proibição dos smartphones, o jogo de totó, de tabuleiro e outras brincadeiras do passado ganham a atenção dos estudantes
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Siga noNas primeiras semanas de aula após a aprovação da Lei nº 15.100, que proíbe aparelhos celulares no ambiente escolar, os educadores do Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte, se surpreenderam com o sucesso que o antigo jogo de totó ou pebolim está fazendo entre os adolescentes. Longe das redes sociais e aplicativos de mensagens, os alunos organizaram um campeonato de totó para animar a hora do recreio.
“Nós acreditamos na criatividade dos estudantes e logo percebemos que eles não ficariam reclamando da desconexão e inventariam novas maneiras de aproveitar o tempo livre. O colégio também disponibilizou jogos de tabuleiro, uma escala para o uso da quadra poliesportiva, mas até agora o maior destaque entre os alunos é o pebolim, o que nos deixa muito animados", conta Ana Amélia Rigotto Fernandes, diretora do colégio Sagrado Coração de Jesus.
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Raciocínio lógico aliado à diversão
Há 104 anos em funcionamento na Zona Norte do Rio de Janeiro, o Colégio Imaculado Coração de Maria está testemunhando a volta dos jogos de montar nos recreios das crianças. O projeto Robotikando está oferecendo peças para que as crianças montem seus brinquedos e, depois, um motor é capaz de dar vida a eles, gerando uma experiência lúdica.
“Estamos aqui para mostrar que, depois da lei do celular, os alunos podem se divertir da mesma forma. A tecnologia e a inovação são muito importantes para nós e são abordadas na sala de aula, mas a conscientização sobre o excesso de telas que a nova lei traz tem sido importante para incentivar brincadeiras analógicas. Nós trazemos aqui algumas peças para eles aprenderem a montar. As montagens ajudam no raciocínio lógico, na concentração e no desenvolvimento social, pois eles também trabalham em grupo. A hora do recreio está muito mais ativa e isso é ótimo", destaca a professora Valéria Curzio, que auxilia os estudantes nos intervalos com as peças.
Em Juiz de Fora, o recreio do Colégio Stella Matutina mantém a prática de disponibilizar materiais de educação física, permitindo que as brincadeiras se desenvolvam conforme o imaginário das crianças. Rodrigo Mendonça, diretor geral da instituição, ressalta a importância de estimular os alunos a criarem suas próprias formas de diversão, incentivando a imaginação e a interação entre os colegas. O colégio também realiza frequentemente o Recreio Cultural. Durante o intervalo, os alunos têm a oportunidade de se apresentar, seja cantando, tocando, dançando ou recitando poesias, em um momento que valoriza a expressão artística e a criatividade.
Longe das telas e perto do quintal
Em São Paulo, o Colégio Espírito Santo mostra que as brincadeiras analógicas voltaram com tudo para animar o recreio dos estudantes. Desde agosto do ano passado, a instituição conta com o projeto Quintal Brincante, um espaço gramado, com tanque de areia e horta, pensado para todas as idades, e, agora, o que antes já fazia a alegria dos jovens, ganhou ainda mais destaque entre os alunos.
"Em tempos de hiperconectividade e do crescente debate sobre o uso de telas na infância, queremos transformar a escola, cada vez mais, em um grande quintal. Para além dos pisos laminados e porcelanatos, queremos proporcionar experiências sensoriais ricas, onde pés descalços possam sentir a textura da areia, da terra e do gramado. Um quintal para explorar, criar e viver momentos que ficarão na memória", explica Alexandro Pereira, diretor geral do colégio.
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Destaques da nova lei
O projeto de lei que proíbe a utilização de celulares em escolas públicas e particulares foi promulgado em 13 de janeiro de 2025. A legislação é uma resposta ao crescente debate sobre os impactos negativos desses aparelhos no aprendizado, concentração e saúde mental dos jovens.
Com isso, o uso fica proibido dentro e fora da sala de aula, do recreio, intervalos e atividades extracurriculares, exceto quando utilizados pedagogicamente. Vale lembrar que, além desses projetos, os colégios contam com espaços para ouvir dúvidas e ansiedades dos estudantes sobre ficar offline.
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