Açúcar pode piorar o melasma?
Um estudo brasileiro apresentado no IMCAS 2025 World aponta que um suplemento pode ajudar no tratamento do melasma
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Siga noSol, calor, estresse, hormônios e até certos procedimentos já são bem conhecidos como grandes inimigos do melasma, caracterizado pelo surgimento de manchas acastanhadas de bordas irregulares, principalmente em áreas como a testa e região malar. Mas o que poucos sabem é que a alimentação também tem impacto na doença, especialmente o consumo de açúcar.
“O consumo excessivo de açúcar leva a um processo conhecido como glicação que muda a funcionalidade e a estrutura do colágeno, promovendo um ‘desconforto’ no melanócito que faz com que produza mais melanina, pigmento que dá cor à pele e causa as manchas”, explica a farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos.
Dessa forma, segundo um estudo brasileiro, a suplementação de decarboxy carnosine pode ajudar no tratamento do melasma devido às suas propriedades desglicantes (desligam o açúcar da proteína) e antiglicantes (ativos que ajudam a evitar os danos do açúcar nas células). O estudo foi apresentado durante o IMCAS 2025 World - congresso com foco nas áreas de dermatologia, cirurgia plástica e ciência do envelhecimento.
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O estudo
Segundo Patrícia, que encabeçou o estudo em conjunto com as médicas dermatologistas Valéria Campos e Célia Kalil, o estudo incluiu 20 mulheres com melasma, idade entre 20 e 60 anos e fototipo de pele entre dois e seis segundo a escala Fitzpatrick. Todas as participantes receberam uma dose oral de 200mg do suplemento por 60 dias.
“Ele é um peptídeo biomimético da decarboxy carnosine que, além de possuir atividade antioxidante universal, age como um antiglicante e desglicante, atuando em todas as fases da glicação. Dessa forma, o composto tanto inibe a ligação entre as moléculas de açúcares e os carboidratos quanto desliga o açúcar que se ligou às proteínas, revertendo o processo, preservando a estrutura de sustentação da pele e reduzindo a atividade dos melanócitos”, explica a farmacêutica.
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No início, no meio e no final do estudo foram realizadas avaliações da pele das pacientes, incluindo fotografias, questionários subjetivos e análises visuais feitas por um sistema de diagnóstico. De acordo com o estudo, os materiais fotográficos foram avaliados por dois dermatologistas imparciais. “Os médicos observaram melhora significativa do melasma em 60% dos pacientes. E todos os participantes ficaram satisfeitos com os resultados, apresentaram melhora da autoestima e disseram que recomendariam o tratamento, que foi bem tolerado e não causou efeitos adversos”, destaca Patrícia França.
Com os resultados é possível aprofundar os usos promissores da suplementação oral de decarboxy carnosine no tratamento do melasma, isoladamente ou em conjunto com outras terapias. “A intervenção deve ser composto por uma estratégia de clareamento 360° que não se resume apenas ao uso de equipamentos estéticos e lasers fotoacústicos. Além da suplementação oral com ativos de atividade anti-glicante, anti-inflamatória e antioxidante, é importante também fazer uso de clareadores tópicos formulados especificamente para o dia e para a noite”, diz Patrícia França.