O iodo usado em exames pode causar alergia?
Especialista explica quais são os tipos e como tomar cuidado
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Siga noO iodo é um elemento amplamente utilizado em exames de imagem, especialmente na tomografia computadorizada (TC) e em alguns exames de raio-X. Sua principal função é atuar como um meio de contraste, tornando as estruturas do corpo mais visíveis para os médicos. No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre os exames contrastados, os riscos de alergia e os cuidados que devem ser tomados antes do procedimento.
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Os tipos de contraste
A maioria dos meios de contraste utilizados em exames de imagem tem como base o iodo e pode ser classificada em dois grupos principais: iônicos e não iônicos.
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Contrastes iônicos: são compostos por sais e possuem alta osmolaridade (medida da concentração de partículas solúveis em uma solução) em relação ao sangue. Por essa característica, não devem ser usados em procedimentos como mielogramas (exame que avalia a medula óssea) ou aplicações que possam atingir o canal espinal, pois há risco de neurotoxicidade. Além disso, sua administração na área de condução das vias aéreas inferiores (árvore brônquica) pode causar edema pulmonar.
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Contrastes não iônicos: são considerados mais seguros, pois apresentam menor risco de reações adversas. Eles podem ser de baixa osmolaridade (ainda um pouco mais elevada que a do sangue) ou iso-osmolares (com a mesma osmolaridade do sangue). Devido ao melhor perfil de tolerância, os contrastes não iônicos mais modernos já são amplamente utilizados na rotina dos exames de imagem, além de estarem atualmente mais acessíveis.
O iodo pode causar alergia?
Um dos mitos mais comuns é que pessoas alérgicas a frutos do mar, ricos em iodo, terão reações ao contraste. No entanto, estudos mostram que a alergia a frutos do mar está mais relacionada a proteínas presentes nestes alimentos do que ao iodo propriamente dito.
“As reações ao contraste podem variar em gravidade. As mais leves incluem sintomas como tosse, prurido e congestão nasal. As moderadas podem envolver dispneia, sibilos e alterações no pulso ou na pressão arterial. Já as reações graves podem causar desconforto respiratório, arritmias, como bradicardia, convulsões, choque e até parada cardiopulmonar. O mais importante é que o paciente informe o seu histórico ao profissional de saúde, no momento da anamnese", esclarece Marcela Padilha, coordenadora de Desenvolvimento de Produtos e Suporte Clínico da Alko do Brasil, empresa especialista em exames de imagem.
Quem deve ter mais cuidado?
Pacientes com histórico de reações anteriores ao contraste iodado, asmáticos, portadores de doenças renais ou cardíacas devem ter atenção especial. "Hoje, com o avanço dos protocolos de segurança, exames com contraste são considerados muito seguros, desde que realizados com os cuidados adequados", acrescenta Marcela.
Para garantir um exame seguro, alguns cuidados são recomendados:
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Informar ao médico qualquer histórico de alergia ou reações anteriores ao contraste iodado
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Em casos de alto risco, seguir a recomendação médica para uso de antialérgicos e corticoides preventivos
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Hidratar-se bem antes e depois do exame, pois isso ajuda a eliminar o contraste do organismo
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Para pacientes com doenças renais, pode ser necessário um acompanhamento específico antes da realização do exame