Depois de terminar a universidade e voltar para Birmingham, na região central da Inglaterra, Khiefa Gabbidon enfrentou dificuldades para fazer amizades quando começou a trabalhar.
A jovem de 22 anos de idade trabalhava no setor de tecnologia, descrito por ela como um campo dominado pelos homens, sem nenhuma outra mulher por perto.
"Olhei em volta para tentar encontrar algumas amigas, mas não consegui", ela conta. "Por isso, pensei 'vou ter que inventar alguma coisa'."
Ansiosa para formar um círculo de amizades, Gabbidon criou, em maio do ano passado, um grupo comunitário para mulheres, chamado Space for Girls ("Espaço das Meninas", em tradução livre).
O grupo incentiva mulheres com ideias semelhantes a se encontrar e participar de uma série de atividades, como sessões de corridas, sair para comer e caminhar.
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Desde então, o Space for Girls atraiu mais de 8 mil seguidores no Instagram e sua comunidade no WhatsApp inclui mais de 1,5 mil mulheres.
Gabbidon conta que, antes de criar o grupo, ela "não tinha ninguém". "Atravessei uma época muito difícil."
Mas, desde então, ela percebeu que muitas mulheres da sua idade passavam pela mesma situação.
"É um sentimento comum, esse vazio e a solidão", relembra ela, "e saber que estamos aqui para nos ajudarmos umas às outras certamente ajuda."
O grupo promove eventos de speed mating. Elas usam o mesmo conceito do speed dating, mas para fazer amizades, em vez de procurar relacionamentos amorosos.
Suzanna Jones compareceu a um dos eventos recentes. A jovem conta que tinha dificuldade de fazer amizades antes de entrar no grupo.
"Eu nunca começava a conversar no trem ou na academia", ela conta, "mas, quando você sabe que há outras pessoas procurando amigos e que elas estão abertas para conhecer você, fica mais fácil."
Katherine Hale começou a comparecer aos eventos do grupo Space for Girls depois de ver um vídeo no TikTok.
Ela participa regularmente do grupo de corridas nas noites de terça-feira e conta que a atividade a ajudou a combater a ansiedade e encontrar novas pessoas, sem precisar manter longas conversas presenciais.
"É muito bom ter este tipo de apoio, embora você não conheça necessariamente todo mundo", destaca ela.
"O simples fato de saber que, se você tiver um dia ruim, pode enviar uma mensagem no bate-papo do grupo ou individualmente e elas podem ajudar faz uma enorme diferença."
'Conexões significativas'
Em uma pesquisa recente da organização especializada em saúde mental Mind, 54% dos entrevistados da região inglesa de West Midlands (onde fica a cidade de Birmingham) declararam que preferem parecer corajosas para os demais, evitando falar sobre sua saúde mental.
Mais da metade dos participantes da pesquisa afirma que isso faz com que eles se sintam isolados e menos capazes de se socializar.
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Para Rachel McNair, da fundação Mind de Birmingham, grupos como o Space for Girls são importantes para ajudar as pessoas a se abrirem.
"Existe uma enorme falta de serviços para pessoas que procuram criar conexões significativas, especialmente para os mais jovens da cidade", afirma ela.
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