CONSCIENTIZAÇÃO

Março Azul-Marinho: como prevenir um dos cânceres mais comuns no Brasil?

O câncer colorretal afeta o intestino grosso (cólon) e o reto e, na maioria dos casos, se desenvolve a partir de pólipos

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O Março Azul-Marinho é um mês dedicado à conscientização sobre o câncer colorretal, o segundo tipo de câncer mais comum no Brasil, tanto em homens quanto em mulheres, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A campanha tem o objetivo de alertar a população para a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. 

Murillo Utrini, cirurgião do aparelho digestivo no Hospital das Clínicas da Unicamp, explica que o câncer colorretal é silencioso nos estágios iniciais, tornando os exames preventivos essenciais para o diagnóstico precoce - evitando possíveis complicações.

 

O que é o câncer colorretal?

Esse tipo de câncer afeta o intestino grosso (cólon) e o reto e, na maioria dos casos, se desenvolve a partir de pólipos – pequenas lesões benignas que podem crescer e se tornar malignas com o tempo. “O grande problema é que, na fase inicial, ele não apresenta sintomas evidentes, e quando os sinais aparecem, muitas vezes a doença já está avançada”, explica Murillo. 

Os principais sintomas incluem:

  • Alteração no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre persistentes)
  • Sangue nas fezes
  • Dor abdominal ou cólicas frequentes
  • Perda de peso sem causa aparente
  • Fadiga e fraqueza constantes

A importância do diagnóstico precoce

O Inca recomenda que pessoas a partir dos 45 anos realizem exames preventivos regularmente, especialmente aquelas com histórico familiar da doença ou fatores de risco, como obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de ultraprocessados. Murillo destaca que seguir essas diretrizes é essencial para a prevenção. 

De acordo com as recomendações do órgão, o diagnóstico precoce é fundamental, pois quando identificado nos estágios iniciais, o câncer colorretal pode ter taxas de cura acima de 90%. “A colonoscopia é o exame mais eficaz para identificar pólipos e removê-los antes que se tornem cancerígenos”, reforça Murillo.

Nos casos em que o câncer é diagnosticado em estágio mais avançado, o tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia. “Hoje, contamos com técnicas menos invasivas, como a cirurgia robótica e a videolaparoscópica, que proporcionam uma recuperação mais rápida e menor risco de complicações”, explica o especialista. Além disso, a medicina tem avançado na personalização dos tratamentos, oferecendo terapias mais eficazes e que garantem melhor qualidade de vida aos pacientes.

Prevenção: hábitos que fazem a diferença

A boa notícia é que o câncer colorretal pode ser prevenido em grande parte dos casos. Pesquisas científicas apontam que mudanças no estilo de vida reduzem significativamente os riscos. Entre as recomendações mais relevantes estão:

  • Alimentação equilibrada: rica em fibras, frutas, legumes e grãos integrais
  • Atividade física regular: pelo menos 30 minutos diários
  • Controle da obesidade
  • Evitar álcool e cigarro: substâncias que aumentam o risco de tumores
  • Hidratação adequada: essencial para o bom funcionamento intestinal

“A prevenção é um dos pilares mais importantes no combate ao câncer colorretal. Pequenas mudanças de hábito fazem toda a diferença na redução do risco da doença”, reforça Murillo Utrini.

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