PREJUÍZO AOS OLHOS

Doenças tropicais trazem riscos à saúde ocular

Oftalmologista explica como dengue, leishmaniose e doença de Chagas podem causar infecções e até levar à perda da visão

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém uma lista de 20 doenças tropicais negligenciadas (DTN), que são consideradas prioridades globais, e recomenda estratégias de saúde pública para a sua prevenção e controle. De acordo com a agência, mais de 1,7 bilhão de pessoas no mundo podem estar sob o risco das DTN, dentre as quais, as mais comuns no Brasil são dengue, leishmaniose e doença de Chagas. 

“Causadas por diferentes agentes patógenos, essas três enfermidades infecciosas também podem trazer sérios prejuízos aos olhos. A dengue provoca uma inflamação nas estruturas oculares, acarretando inúmeras alterações na visão, tanto externamente quanto na retina e no vítreo (substância gelatinosa que preenche o olho). Os pacientes podem apresentar hemorragias subconjuntivais, que são manchas vermelhas na parte branca dos olhos, conjuntivites e esclerites, edema macular e oclusões vasculares na retina, além de descolamento seroso de retina, uveítes (inflamação da íris) e neurite no nervo óptico”, esclarece Paula Veloso Avelar Ribeiro, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais (IOMG).



De acordo com a especialista, os agravos variam conforme o tipo de distúrbio ocular decorrente da dengue, incluindo dor, vermelhidão, sensação de areia ou corpo estranho nos olhos, ardência, coceira, visão embaçada, secreção, pálpebras inchadas e fotofobia. “Em casos raros de hemorragia na retina, o indivíduo pode ter perda temporária ou permanente da visão”, alerta. 

Pouco falada, a associação entre leishmaniose e lesões oculares em humanos tem sido objeto de estudos há alguns anos. “Os parasitas do gênero Leishmania podem afetar as pálpebras e as estruturas dos olhos, até mesmo a retina, com o risco de provocar cegueira. Artigos científicos relatam ocorrências, ainda que excepcionais, de hemorragias secundárias, uveíte e ceratite (inflamação da córnea), que pode evoluir para uma perfuração da córnea. Tais problemas envolvem sintomas como vermelhidão, fotofobia, lacrimejamento, embaçamento da visão, dor ao piscar, desconforto ocular e secreção purulenta”, descreve Paula. 

Já na doença de Chagas, a oftalmologista relata que o protozoário Trypanosoma cruzi pode penetrar na mucosa dos olhos e desencadear inflamação na conjuntiva ou na córnea, além de poder comprometer a vascularização ocular e a pressão intraocular. “Em situações pouco comuns, a doença pode levar a uma neuropatia óptica, uma inflamação do nervo óptico que pode ocasionar perda parcial ou total da visão. O diagnóstico precoce dessas doenças tropicais é fundamental para um tratamento adequado e o encaminhamento ao oftalmologista – se o médico identificar sinais e sintomas oculares – a fim de reduzir os riscos de complicações e danos irreversíveis à visão”, recomenda. 

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