INFLUENZA

Nova cepa de gripe aviária H7N9: entenda o que é e os riscos

Confirmação nos EUA acende alerta, mas risco para humanos ainda é considerado baixo

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No dia 12 de março, o Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal dos Estados Unidos (APHIS) confirmou a presença do vírus da gripe aviária altamente patogênica (HPAI) H7N9 em um rebanho de frangos no Mississippi. O caso reacendeu discussões sobre o impacto do vírus na criação de aves e possíveis riscos à saúde humana.  

O que é o H7N9 e por que ele preocupa?

A gripe aviária é causada pelo vírus influenza A e pode ser dos tipos H5N1, H5N8, H7N9 ou H9N2.  A cepa H7N9 foi identificada pela primeira vez na China em 2013. Desde então, causou mais de 1.500 infecções humanas, com uma taxa de mortalidade de aproximadamente 39%, ou seja, 616 pessoas. O vírus pode provocar uma resposta inflamatória intensa nos pulmões, conhecida como "tempestade de citocinas", que pode levar à insuficiência respiratória e à morte.  

Diferente do H5N1, que tem sido amplamente noticiado nos últimos anos, esse novo surto de H7N9 nos Estados Unidos não está relacionado à cepa eurasiática. Ele se originou de aves selvagens na América do Norte e pode ter sofrido mutações ao se espalhar entre aves comerciais.  

Há risco para os humanos?  

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, o risco para a população em geral ainda é considerado baixo. Até o momento, não há evidências de transmissão sustentada de humano para humano. No entanto, surtos em aves aumentam a chance de o vírus sofrer mutações que poderiam facilitar sua disseminação entre humanos.  

Ao Estado de Minas, a infectologista Helena Lage, professora e virologista da USP, e o repórter Jorge Lopes explicam um pouco mais sobre o risco dessa doença. Confira:    

A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com aves infectadas ou superfícies contaminadas. Os sintomas em humanos variam de leves, como febre e tosse, a quadros graves, incluindo pneumonia e síndrome do desconforto respiratório agudo.  

O que está sendo feito para conter o surto?

As autoridades americanas adotaram medidas para impedir a disseminação do vírus:  

  • Abate das aves infectadas: o rebanho afetado, composto por 46 mil frangos, foi sacrificado para evitar a propagação
  • Monitoramento e testes: o governo intensificou a vigilância em outras granjas e áreas próximas  
  • Controle de biossegurança: produtores foram orientados a reforçar barreiras sanitárias para evitar novos casos

Além disso, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) comunicou a Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH) e parceiros comerciais internacionais para evitar impactos no comércio de aves.

  

Como se proteger?

Para os consumidores, a principal recomendação continua sendo o manuseio adequado de alimentos. O cozimento completo da carne de frango e dos ovos a pelo menos 74°C (165°F) elimina o vírus.  

Já para trabalhadores do setor avícola e veterinário, o uso de equipamentos de proteção, como máscaras e luvas, é essencial para reduzir o risco de infecção.  

A gripe aviária continua sendo um desafio global. Embora os casos de transmissão humana do H7N9 sejam raros, o Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (Aphis) comentou que a comunidade científica segue monitorando de perto suas mutações e impactos na saúde pública

“Como parte dos planos existentes de resposta à gripe aviária, parceiros federais e estaduais estão trabalhando em conjunto em vigilância e testes adicionais em áreas ao redor do rebanho afetado. O USDA relatará essas descobertas à WOAH, bem como aos parceiros comerciais internacionais. O USDA também continua a se comunicar com os parceiros comerciais para incentivar a adesão aos padrões da WOAH e minimizar os impactos comerciais”, disse a organização em comunicado. 

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