NUTRIÇÃO

Energéticos em excesso: os perigos silenciosos para o coração

Especialista explica que altas doses de cafeína e estimulantes podem desencadear arritmias, aumentar a pressão arterial e elevar o risco de infarto

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Os energéticos se tornaram populares entre aqueles que buscam mais disposição para estudar, trabalhar ou se divertir. No entanto, o consumo excessivo dessas bebidas pode representar um grande risco para a saúde do coração.

O cardiologista do Hospital Semper, Caio Ribeiro, explica que o consumo excessivo de energéticos pode elevar significativamente o risco de problemas cardíacos devido às altas doses de cafeína e outros estimulantes, como taurina e guaraná. “Essas substâncias podem desencadear arritmias, aumentando o risco de fibrilação atrial e taquicardias ventriculares, além de elevar a pressão arterial por meio da vasoconstrição e maior liberação de adrenalina. O aumento da frequência cardíaca (taquicardia) também pode sobrecarregar o coração, contribuindo para um maior risco de infarto do miocárdio, especialmente em pessoas com predisposição cardiovascular. Esse perigo se intensifica quando os energéticos são consumidos em excesso, combinados com álcool ou por indivíduos com doenças cardíacas preexistentes”, alerta.

Em relação ao consumo diário considerado saudável, ele afirma que a segurança depende da quantidade de cafeína ingerida. “As diretrizes recomendam um limite máximo de 400 mg de cafeína por dia para adultos saudáveis, o que equivale a cerca de 1 a 2 latas de energético, dependendo da marca e da concentração de cafeína”, informa.

Entretanto, de acordo com o médico, para pessoas com hipertensão, arritmias ou doenças cardíacas, o ideal é evitar ou consumir apenas sob orientação médica. Já em adolescentes, gestantes e lactantes, o consumo deve ser extremamente reduzido ou evitado.

Ribeiro destaca que o consumo frequente de energéticos pode levar à dependência de cafeína, causando sintomas como fadiga, irritabilidade e dores de cabeça quando a ingestão é reduzida. “A longo prazo, o uso crônico pode desregular o sono, provocando insônia e comprometendo a recuperação cardíaca, além de aumentar persistentemente a pressão arterial, elevando o risco de AVC e insuficiência cardíaca. Também pode causar danos ao endotélio vascular, favorecendo a aterosclerose, e aumentar a propensão a transtornos de ansiedade, que podem agravar condições cardiovasculares”, ressalta.

Ele explica que as pessoas que têm o hábito de consumir a bebida devem ficar atentas aos principais sinais de alerta, que incluem palpitações ou batimentos irregulares, elevação da pressão arterial, dores no peito, tontura ou desmaios, além de nervosismo excessivo, insônia e tremores, indicativos de sobrecarga do sistema nervoso.

O especialista conclui dando dicas para aqueles que desejam manter a energia de forma saudável. “É essencial ter um sono de qualidade, hidratação adequada, alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e consumo moderado de café ou chá verde, que contém cafeína em menor concentração e oferece benefícios antioxidantes, contribuindo para o bem-estar”, finaliza.

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