Atividade física ajuda no pós-tratamento do câncer colorretal?
Campanha reforça importância do diagnóstico precoce e de mudanças no estilo de vida para o enfrentamento desse tipo de tumor
Mais lidas
compartilhe
Siga noO tumor colorretal é um dos tipos de câncer com maior índice de mortalidade. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, ele representa 10% dos casos de neoplasias no mundo, com 1,9 milhão de novos diagnósticos por ano e 935 mil óbitos. Porém, um estudo, publicado na revista on-line CANCER e revisado pela American Cancer Society, relacionou a prática regular de exercícios físicos com o aumento da expectativa de vida de pacientes que trataram essa condição.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de dois estudos pós-tratamento de casos de câncer colorretal estágio 3, com um total de 2.875 pacientes que relataram praticar atividades físicas depois de terem sido submetidos à cirurgia e quimioterapia. A avaliação da quantidade de exercícios foi baseada em horas de equivalente metabólico (MET) por semana, levando em consideração as diretrizes de saúde, que recomendam 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada, o que equivale a, aproximadamente, oito horas MET.
Foi constatado que, entre os pacientes que haviam terminado o tratamento do câncer colorretal há ao menos três anos, aqueles que faziam menos de três horas MET por semana apresentaram taxas de sobrevida 17,1% menores em comparação com as pessoas sem diagnóstico de câncer. Já em pacientes que realizavam cerca de 18 horas MET por semana, essa taxa caiu para apenas 3,5%. No segundo estudo, que usou as mesmas diretrizes do primeiro, aqueles com menos de três horas MET e os com cerca de 18 horas MET por semana apresentaram, respectivamente, taxas de sobrevida 10,8% e 4,4% menores do que a população geral.
Leia Mais
“Esse estudo reforça o impacto positivo que a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, tem na saúde do paciente oncológico. Além de trazer mais qualidade de vida, também aumenta as chances de uma sobrevida praticamente semelhante à pessoas que não têm câncer”, detalha Luiz Henrique Araújo, oncologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) e do Hospital São Lucas Copacabana.
Outro hábito que beneficia o enfrentamento ao câncer colorretal é a realização do exame de colonoscopia, principal forma de detecção desse tipo de tumor. Segundo Luiz Henrique, o procedimento deve ser feito anualmente a partir dos 45 anos para a população geral, mas pode ser iniciado mais cedo para quem tem histórico familiar da doença e dos resultados de exames anteriores. “Esse cuidado mais próximo permite que o câncer colorretal seja diagnosticado de forma precoce, o que aumenta as chances de sucesso do tratamento para até 90%”, relata.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia