CUIDADO

Energético e cafeína em excesso podem matar? Cardiologista responde

Especialista alerta que a ingestão exagerada de bebidas estimulantes pode provocar arritmias cardíacas, elevar a pressão arterial e aumentar o risco de infarto

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A notícia da morte da professora norte-americana Katie Donnell, de 28 anos, por consumo excessivo de cafeína liga o alerta em jovens e adultos que fazem uso do estimulante no dia a dia. Os energéticos se tornaram populares entre aqueles que buscam mais disposição para estudar, trabalhar ou se divertir. No entanto, o consumo excessivo dessas bebidas pode representar um grande risco para a saúde do coração.

Bastam alguns goles no meio de um dia cheio para que qualquer tarefa pareça menos cansativa. As bebidas energéticas, com sua composição potente, realmente ajudam a ficar mais alerta e ter mais atenção, mas o preço pode ser alto. Estudos indicam que os efeitos dessas substâncias no organismo são variados e nem sempre benéficos.

De acordo com a cardiologista e professora de medicina da Universidade Positivo, Chiu Yun Yu Braga, “exagerar no consumo dessas bebidas pode causar dependência de cafeína e está associado a comportamentos de risco”.


Como age a cafeína


À medida que a cafeína, o açúcar e outros ingredientes, como a taurina, começam a surtir efeito no organismo, os consumidores podem experimentar diferentes sensações físicas. Além dessas mudanças perceptíveis, outros efeitos mais discretos também podem ocorrer.

Logo depois da ingestão de um energético, nos primeiros 10 minutos, já se nota, por exemplo, um aumento significativo da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.

A cardiologista explica que “a alta dose de cafeína age como um estimulante no corpo, provocando a elevação da frequência cardíaca e da pressão”. Esse efeito tende a ser mais agudo em consumidores mais jovens. A cafeína pode estar presente nos energéticos em doses de até 150 mg. Segundo estudos, a dose segura de cafeína é de até 400 mg por dia.


Depois de 15 ou 20 minutos, a cafeína pode deixar as pessoas mais alertas e concentradas. No entanto, esse efeito é passageiro, visto que, aproximadamente uma hora depois, os níveis dessa substância caem de repente, o que pode levar a sensações de cansaço ou mesmo exaustão.

“O excesso de cafeína provoca uma resposta do fígado, que absorve todo o açúcar rapidamente, causando uma queda repentina nos níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, cansaço. Muitas vezes, esse cansaço pode ser ainda maior do que aquele que se pretendia evitar antes de consumir a bebida”, esclarece Chiu.

Com álcool

Se isolada a bebida já pode afetar a saúde, quando combinada com esforço físico e álcool, se torna um perigo iminente. Um estudo demonstrou que, nas sessões de samba, em 86% do tempo, as pessoas atingem 60-90% da frequência cardíaca máxima: “O esforço, geralmente feito por pessoas sedentárias, somado à combinação de energético com álcool, pode causar mal-estar”, explica a cardiologista.


Por fim, o aumento súbito nos níveis de açúcar, cafeína e concentração proporcionado pelos energéticos pode ter consequências nocivas, mesmo muitas horas depois do consumo. Entre 12 e 24 horas mais tarde, o consumidor pode sentir dores de cabeça, irritabilidade e até mesmo prisão de ventre.

É possível manter uma relação saudável com os energéticos, desde que o consumo seja moderado. “Você pode consumir um energético eventualmente, quando precisa manter-se alerta por alguma razão específica. O importante é evitar o consumo rotineiro, que pode levar à dependência de cafeína. Uma vez dependente, o corpo exige doses cada vez maiores dessa substância, o que pode estar associado ao risco de arritmias cardíacas”, completa a cardiologista.

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