Conviver com a fibromialgia vai além das dores físicas. O sofrimento contínuo pode gerar sentimentos de frustração, isolamento e até levar a quadros de ansiedade e depressão. Por isso, além do controle da dor, o acompanhamento psicológico é essencial para oferecer suporte emocional e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Estudos indicam que a fibromialgia está fortemente associada a transtornos psicológicos. A doença é uma síndrome caracterizada por dor crônica generalizada, acompanhada de sintomas como fadiga, distúrbios do sono, dificuldades cognitivas e hipersensibilidade ao toque.
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De origem multifatorial, a doença está ligada a disfunções no sistema nervoso central, que amplificam a percepção da dor. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a condição afeta entre 2% e 12% da população adulta no Brasil, sendo mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos. Diante desse cenário, Patrícia Porfírio Sorente, psicóloga da Hapvida, reforça a importância da informação e do suporte multidisciplinar no tratamento da condição.
Dor física e emocional
A especialista explica que o impacto emocional da fibromialgia pode ser tão debilitante quanto a dor física. “Muitos pacientes enfrentam dificuldades para serem compreendidos por familiares, amigos e até no ambiente de trabalho, o que contribui para um ciclo de isolamento e sofrimento psicológico”.
Patrícia ressalta que o estresse emocional pode amplificar a percepção da dor por meio do fenômeno da sensibilização central, tornando o organismo mais reativo a estímulos dolorosos. “A dor contínua interfere na produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, fundamentais para o controle do humor e da dor. Isso pode agravar sintomas de ansiedade e depressão, exigindo uma abordagem terapêutica que vá além dos medicamentos”, pontua.
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Psicoterapia no tratamento
Para minimizar esses efeitos, os especialistas recomendam abordagens multidisciplinares, incluindo psicoterapia, suporte familiar e grupos de apoio. O tratamento também envolve medidas não farmacológicas, como fisioterapia, técnicas de relaxamento e ajustes no estilo de vida.
A prática de atividades físicas de baixo impacto, como alongamentos e caminhadas, melhora a mobilidade e também contribui para o controle da dor, assim como uma alimentação balanceada, rica em nutrientes anti-inflamatórios.
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Além disso, práticas como ioga, meditação e higiene do sono são recomendadas para reduzir os níveis de estresse, favorecendo um maior equilíbrio emocional e alívio dos sintomas. “Diante da complexidade da doença, é essencial um tratamento integrado que considere tanto os sintomas físicos quanto os emocionais”, orienta Patrícia.
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