Quando a temperatura aumenta muito ou abaixa muito também, o organismo tem que fazer algumas adaptações para se adequar a essa situação. E isso leva alguns dias até o organismo se adaptar.
Todo mundo já percebeu que se estiver fazendo calor há uma semana, há dez dias, você se adapta melhor. Ao frio também acontece isso, mas até que isso passe, digamos, uma semana mais ou menos, as pessoas sofrem as consequências.
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De acordo com o médico vascular e angiologista Dr. Álvaro Pereira, os principais sinais dessa condição seriam fraqueza, mal-estar, sonolência, sede e boca seca.
“A segunda alteração é a vasodilatação. Os vasos da periferia, os mais distantes, assim, que se aproximam da pele, da superfície, do corpo, se dilatam, principalmente as veias, as artérias também, se dilatam para que o sangue fique mais tempo na superfície, na pele, e perca calor. Você vai perder uma determinada quantidade de energia ali, e à medida que você perde o calor pela pele, você também abaixa a sua temperatura. Essas são as duas principais adaptações que o organismo faz. Perder a água e a vasodilatação com o sangue na periferia”, comenta o médico.
Logicamente, todos esses sinais melhoram com a hidratação, com soro fisiológico, água, soluções hidrolíticas que podem ser tomadas também. Conforme a opinião do médico, a água já é o suficiente, se tomar água e, claro, deitar, descansar num ambiente fresco, o mais fresco possível, de preferência, se possível, com as pernas um pouco elevadas, isso faz com que aumente o volume de sangue que vai para a região central do organismo. E isso compensa um pouco esse mal-estar todo.
“Acontece que quando você manda o sangue para a periferia, claro que você diminui o volume de sangue que fica nas regiões mais centrais do corpo, que são nos vasos maiores e há áreas que são importantes, que não pode ficar por muito tempo sem esse sangue, que seria a circulação central, coração, pulmão, cérebro, intestinos. Isso tudo vai ficar durante um período recebendo menos sangue do que o normal”, adverte.
O corpo responde rapidamente a esse processo de hidratação, repouso, deitado com perna elevada. Em 15 minutos, 20 minutos, pronto, a pessoa já está recuperada, pode voltar à atividade normal, porque a sensação de alívio acaba vindo bem rápido. Mas para o idoso isso é um pouco mais complicado.
Segundo o médico, para o idoso há menos sangue no cérebro e no coração, por exemplo, e isso deixa a pessoa cansada, meio sonolenta, no coração dá uma sensação de fraqueza, de incapacidade, de impotência física, e isso faz com que você se sinta meio fraco, meio cansado, meio com preguiça, sem vontade de fazer atividade nenhuma. E a mente fica meio adormecida, vamos dizer assim.
“No caso do idoso, tanto a resposta hemodinâmica, que é a da contração dos vasos, como também a da distribuição da água pelo corpo inteiro, o processo é mais lento. Na medida em que nós vamos envelhecendo, quase toda a resposta biológica é assim, tudo é mais devagar, mais lento e menos eficiente. Então, o idoso precisa se precaver mais e não pode chegar a essa situação. E à medida que perceber que está passando por isso, tem que imediatamente começar a tratar, tomar líquidos, deitar, descansar, botar a perna para cima e procurar um ambiente o mais cedo possível, fresco, ar-condicionado, enfim, algum lugar mais agradável para ficar”, alerta.