Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem com problemas relacionados ao sono, o que representa 46% da população. Além disso, a média de sono no país é de apenas 6,4 horas por noite, abaixo da recomendação de 7 a 9 horas para adultos, segundo a Fundação Nacional do Sono. Com isso, o Dia Mundial do Sono (14/3), que carrega o tema “O sono é essencial para a saúde”, reforça a importância da prática para a saúde e o bem-estar, especialmente em uma sociedade acelerada. 

A neurologista do Hospital Semper, Laisse Leite Ribeiro, explica que a qualidade do sono impacta significativamente a saúde e está diretamente associada a comorbidades como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares. “Distúrbios como insônia e apneia obstrutiva podem desregular o ritmo circadiano, afetar a liberação hormonal e aumentar o risco de obesidade, dislipidemia e resistência à insulina. Além disso, noites mal dormidas elevam o cortisol, mantendo o corpo em estado de alerta e dificultando o relaxamento, o que pode predispor a doenças cardíacas e metabólicas”, afirma.

Ela aponta que o estresse causado pela correria do dia a dia também influencia diretamente a qualidade do sono, pois ativa a liberação de hormônios como adrenalina e cortisol, dificultando o relaxamento e prejudicando o descanso. Isso pode resultar em insônia, fadiga, dificuldades de concentração e irritabilidade, impactando negativamente o bem-estar geral.

As consequências de dormir mal podem variar para cada pessoa. “Os sintomas mais frequentes de um sono de baixa qualidade incluem alterações de humor, irritabilidade, dificuldades de memória e concentração, sonolência diurna excessiva, fadiga, aumento do apetite sem causa aparente e queda no desempenho profissional ou acadêmico”, destaca. 

má qualidade de sono crônica pode ter implicações bastante negativas para a qualidade de vida.” A privação crônica de sono pode aumentar o risco de doenças metabólicas, cardiovasculares, transtornos mentais e até neurodegenerativos, como Alzheimer. Além disso, pode levar a desequilíbrios hormonais que estimulam a fome e reduzem a motivação para exercícios físicos, favorecendo o ganho de peso e o sedentarismo.”

A neurologista dá oito dicas para aqueles que querem melhor a sua qualidade do sono. Confira:

  • Manter horários regulares para dormir e acordar
  • Expor-se à luz natural pela manhã
  • Praticar exercícios físicos
  • Evitar cochilos longos 
  • Reduzir o consumo de cafeína à noite
  • Optar por refeições leves à noite
  • Limitar o uso de telas pelo menos duas horas antes de dormir
  • Adotar atividades relaxantes 

"O ambiente deve ser escuro, silencioso e confortável, e a cama usada exclusivamente para o descanso”, recomenda. 

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