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DOENÇA NEURODEGENERATIVA

Parkinson deve atingir mais de 25 milhões de pessoas até 2050

Envelhecimento da população acelera avanço do Parkinson, que pode mais que dobrar até 2050

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Até 2050, a doença de Parkinson pode afetar 25,2 milhões de pessoas no mundo, segundo estudo publicado na British Medical Journal (BMJ). A condição, que é a segunda doença neurodegenerativa mais comum, está entre as enfermidades que, de acordo com a OMS, deverão se tornar a segunda principal causa de morte global até 2040, superando o câncer.
A pesquisa, que analisou dados de 195 países, aponta que o envelhecimento da população será o principal fator para o aumento de casos, com uma projeção de crescimento de 112% até 2050, em comparação com 2021. A faixa etária acima de 80 anos será a mais impactada, e a proporção de homens e mulheres diagnosticados deverá aumentar de 1,46 para 1,64 no mesmo período.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem aproximadamente 4 milhões de pessoas no mundo com Parkinson, o que representa 1% da população mundial a partir dos 65 anos. No Brasil, estima-se que 200 mil indivíduos sofram com o problema.
A neurologista do Hospital Semper, Jéssica Rodrigues, explica que a doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa que afeta todas as etnias e classes econômicas, com ligeira predominância no sexo masculino. “Embora o diagnóstico seja feito com base nos sintomas motores, a doença também apresenta sintomas não motores, como alteração do olfato, distúrbios psiquiátricos (depressão e ansiedade), distúrbios do sono e disfunções autonômicas. Muitas vezes, os primeiros sinais, como perda do olfato, alterações comportamentais no sono REM e constipação intestinal, podem surgir até 10 anos antes do diagnóstico da doença em si”, afirma.
Entre as principais causas e fatores de risco, a especialista informa que a Doença de Parkinson pode estar associada a fatores genéticos, epigenéticos e ambientais. “No entanto, a causa genética representa apenas 20% dos casos, sendo que a maioria é classificada como idiopática ou esporádica. A idade é o principal fator de risco, enquanto outros fatores incluem o uso de drogas, tanto lícitas quanto ilícitas. Por outro lado, alguns estudos apontam a cafeína como um possível fator protetor”, destaca.
De acordo com ela, o diagnóstico da doença, até o momento, é essencialmente clínico, ou seja, não requer exames complementares para sua confirmação, sendo baseado nos sintomas motores cardinais. "Os sintomas cardinais incluem a bradicinesia, ou lentidão dos movimentos, que deve estar presente, além de pelo menos um dos seguintes: tremor de repouso, geralmente unilateral no início, principalmente nas mãos, descrito como o movimento de 'contar moedas', ou rigidez muscular, caracterizada pela resistência ao movimento passivo dos membros", disserta.
A neurologista do Hospital Semper conclui dizendo que o tratamento da doença de Parkinson envolve medicamentos como anticolinesterásicos, agentes antiglutamatérgicos, inibidores da MAO B, inibidores da COMT, agonistas do receptor de dopamina e levodopa, sendo esta última a principal utilizada. Além disso, segundo ela, existem também opções não medicamentosas, como a estimulação cerebral profunda (DBS), realizada por meio de neurocirurgia para implantar um estimulador no núcleo subtalâmico ou no globo pálido. “Contudo, para ser candidato a esse tratamento, o paciente deve atender a critérios rigorosos. Apesar dessas abordagens, a doença continua sem cura, e seus sintomas tendem a piorar com o tempo. A única medida comprovada para retardar a progressão da doença é a prática regular de atividade física, que pode levar a uma evolução mais lenta dos sintomas”, finaliza.

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