FILHOS ATÍPICOS

Criança fazendo birra: bater adianta?

Especialista em educação parental explica a diferença entre birra e crise emocional em filhos atípicos, e como agir em cada situação

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A maternidade atípica traz diversos desafios, e um deles é lidar com momentos de crise que muitas vezes são confundidos com birra. Por isso, o papel dos pais, enquanto cuidadores de uma criança ou jovem atípico, requer antes de tudo conhecimento e estudo sobre as necessidades específicas que o filho exige.

Nesse sentido, muitas dúvidas surgem em torno da criação dos filhos neurodivergentes. O que se deve ou não fazer em momentos de crise? Como saber a diferença entre crise e birra? A punição é uma alternativa? Andreia Rossi, orientadora parental e especialista em Transtorno Opositor Desafiador (TOD), explica que o termômetro para saber se a criança está em uma crise ou se é somente birra é o prejuízo que a criança sofre. Se a criança está em sofrimento, ela está em crise.

A crise em crianças atípicas ocorre quando elas são expostas a determinados estímulos sensoriais e não sabem lidar com essa informação ou como resposta a uma mudança não inesperada de rotina. E essa reação não é proposital, é uma resposta que demonstra que ela não sabe lidar com aquele fato. Por isso, bater ou deixar de castigo não vai resolver, pois jovens atípicos não controlam suas crises. A punição ou castigo pode piorar a situação, fazendo com que eles sintam vergonha, ansiedade, medo e ressentimento.

De acordo com Andreia, “você sabe que a criança está em uma crise, quando já foi utilizada todas as estratégias de forma assertiva, acolhedora e respeitosa. Quando se promove um ambiente seguro para ele expressar as emoções, e os pais validam, acolhem, redirecionam, mas a criança não dá conta, mostra que está com dificuldade, e é necessário usar muita estratégia e criatividade para dar suporte necessário”. E acrescenta, “não é fazer mais do mesmo ou o que todo mundo faz. É fazer o que precisa ser feito para essa criança e entender, que ela está em crise e não consegue se regular”.

Já a birra pode ser definida como um comportamento originado de algum descontentamento, geralmente acompanhado de choros e gritos. Ela é intencional e é usada para conseguir algo que lhe foi negado.

Andreia ressalta que quando a criança está fazendo birra, é necessário orientar e redirecionar. Ela pode até persistir um pouco mais, mas quando ela consegue se conectar com o que precisa ser feito de fato, ela tem uma resposta mais assertiva, mais rápida. “O que é diferente no neurodivergente que, às vezes, leva três, quatro horas para se organizar”, explica.

Por isso, pais atípicos precisam de apoio e conhecimento sobre a realidade que vivem. Sem informação, é fácil cair na armadilha dos julgamentos e acreditar que a criança está apenas sendo desobediente. O olhar informado ajuda a evitar medidas inadequadas, como castigos ou corretivos, que apenas aumentam o sofrimento e não ensinam a criança a se regular emocionalmente.Buscar ajuda profissional é imprescindível para compreender todo o processo e ajudar a diminuir episódios e a intensidade das crises e assim, contribuir para uma melhor qualidade de vida do indivíduo.

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