Redes sociais dominaram a atenção das pessoas, segundo psicólogo -  (crédito: Freepik/Reprodução)

Redes sociais dominaram a atenção das pessoas, segundo psicólogo

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“Sua atenção foi hackeada”, alerta o psicólogo Genesson Honorato, que é professor da Fundação Dom Cabral e sócio da Kuba Áudio. Ele acredita que, com a popularização das redes sociais, é cada vez mais necessário encontrar formas saudáveis de lazer e diversão que vão além das telas. Genesson foi um dos palestrantes do Reload, evento do Sabre-MG voltado para o marketing digital nesta terça-feira (19/3) em Belo Horizonte.

 

Em sua análise sobre a contemporaneidade, o professor destaca que os algoritmos dominaram a atenção humana. Isso porque os desenvolvedores descobriram que o cérebro humano funciona a partir da serotonina, uma substância que dá a sensação de prazer. E é justamente isso que a gente sente ao receber uma mensagem ou um like na sua rede social, segundo o especialista.

 

 

É por isso que, hoje, existe uma moeda extremamente valiosa que diversas empresas e pessoas tentam adquirir: a atenção das pessoas, o que ele chama de “economia da atenção”. Como a gente faz praticamente tudo em frente a uma tela, a gente acaba não prestando atenção no que está fazendo. E mais: “A gente deixa de fazer e ver coisas porque os algoritmos controlam o que vamos ver”, pontua Genesson.

 

Como prova de que a tecnologia mudou a capacidade de foco das pessoas, o professor apresentou um dado de uma pesquisa da Microsoft. O estudo, de 2015, diz que a tecnologia deixou a atenção das pessoas menor que a de um peixinho dourado. A média do foco humano é de 8 segundos, enquanto a do animal aquático é 9 segundos.

 

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Na época em que a pesquisa foi lançada, o dado foi avaliado como positivo, já que levaria as pessoas a desenvolver a capacidade de ser multitarefa, o que está “acabando com a gente”, na avaliação do palestrante. Isso porque tanto estímulo acaba deixando as pessoas extremamente cansadas.

 

A situação ainda piora, já que o sono é visto como concorrente para alguns produtos midiáticos que surgiram com as novas tecnologias. Com tanta exaustão, as pessoas têm preferido evitar sair de casa. Sair com os amigos e até manter relações sexuais passou a ficar em segundo plano. “A gente está fazendo sexo com o celular, deixando de abraçar as pessoas para fazer carinho em uma tela”, aponta. Tudo isso leva a mais um problema, que Genesson chama de “epidemia da solidão”.

 

E há alguns indícios claros de que ele pode estar certo. Um levantamento realizado pela seguradora de saúde Cigna, em 2020, mostrou que três a cada cinco americanos dizem se sentir sozinhos. No Brasil, a solidão é relatada por 36% das pessoas, segundo pesquisa da consultoria Ipsos. Em países como o Reino Unido e o Japão foram criados o Ministério da Solidão, para cuidar da saúde mental das pessoas. É por isso que o professor faz uma previsão e diz que o celular, no futuro, vai se tornar igual ao cigarro, proibido em diversos lugares.

 

Cuidado com as pessoas

 

Para reverter toda a situação é preciso olhar com cuidado para as pessoas. Por isso, as empresas e as pessoas não devem temer a inteligência artificial. A tecnologia pode até apresentar melhores resultados técnicos, mas não possui o lado humano. “Temos que olhar para as pessoas. Isso vai ser um diferencial”, acredita.

 

E, quando se fala de cuidado com as pessoas, entra uma grande questão: a diversidade dentro das empresas. Contando sua história pessoal, Genesson afirma que “A diversidade pode uma vida” e que “uma oportunidade muda a forma como a gente se vê”. Mas não é apenas um crescimento pessoal. Empresas que investem em diversidade tendem a faturar mais do que as que não investem. Mesmo assim, a situação não evolui. Isso faz com que empresas possam se destacar ainda mais. “Diversidade é sobre o diferencial da empresa”, declara.