Em tempos de hiperconexão, a proteção dos chamados dados sensíveis, que são os dados pessoais, se tornou uma preocupação. No ano passado, dados de 223 milhões de brasileiros foram vazados, segundo informações da Cybernews. O número é equivalente a toda população brasileira, já que, segundo o censo de 2022, 203 milhões de pessoas residem no país.
O levantamento encontrou dados no Elasticsearch, plataforma de pesquisa, análise e visualização de grandes volumes de dados. O material vazado corresponde a nomes, datas de nascimento, sexo e números de CPF. No entanto, por não estarem vinculadas a uma empresa específica, não foi possível identificar a origem do vazamento.
Outro estudo, dessa vez desenvolvido pela Psafe, mostrou que o Brasil é um dos cinco países que mais sofrem ataques virtuais. Os setores mais afetados foram os de educação, saúde e varejo. Para se proteger de vazamentos, existem alguns hábitos que devem ser adotados.
O primeiro deles é usar a autenticação de multifator, em que você usa outros forma de acesso, além da senha, para sua conta. Isso dificulta que um hacker consiga acesso a suas informações. Outra ideia é adotar senhas mais fortes, com pelo menos 12 caracteres e mistura de letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos.
No caso de empresas, é recomendado usar aplicativos ou serviços de gestão de senhas. O usuário também deve tomar cuidado ao fazer login de contas confidenciais usando redes não seguras.
Meus dados vazaram, e agora?
A advogada especialista em direito digital Moniche de Sousa dá dicas para quem teve suas informações divulgadas. Segundo ela, o primeiro passo é fazer um boletim de ocorrência em uma delegacia especializada em crimes cibernéticos. A partir daí, será iniciada uma investigação para saber mais sobre o ataque hacker. “A vítima pode também ajuizar uma ação civil para obter reparação de danos materiais e morais, como ressarcimento de prejuízos financeiros, perda de danos e sofrimento emocional”, aconselha.
Ela alerta, ainda, que um pedido de tutela pode ser ajuizado em casos mais graves e urgentes, salientando que o usuário pode “solicitar medidas imediatas à justiça, como a suspensão de atividades ou retirada de conteúdo ofensivo da internet”.
“Medidas cautelares podem ser solicitadas para prevenir a continuidade do ataque hacker ou evitar a perda de provas, como busca e apreensão de equipamentos eletrônicos, bloqueio de acesso a sites e redes sociais e indisponibilidade de serviços”, detalha.
Segundo a especialista, o ataque hacker pode ser tipificado no Código Penal brasileiro como invasão de dispositivo informático, estelionato, receptação e interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico.