Júlia Moita*

 

Com o olho humano como inspiração, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Maryland (UMD), dos Estados Unidos, elaborou um mecanismo de câmera que melhora a forma como os robôs veem e reagem ao mundo ao seu redor. O aprimoramento do maquinário de câmeras de evento permitiu redirecionar a luz e estabilizar a textura, de modo a apresentar potencial para ser adotada para visão de robôs. A aplicabilidade vai de processos industriais e orientação robótica a auxílio na tecnologia de direção autônoma para carros sem motorista.


Câmeras de eventos ou câmeras neuromórficas são tecnologias recentes utilizadas para detectar objetos dinâmicos e reconhecer objetos em movimento, utilizadas em câmeras de segurança e drones. Ainda que inovadoras, não são otimizadas para manter textura estável na visão quando há pouco movimento envolvido. A nova técnica, porém, conseguiu tornar isso possível.


Botao He, estudante de doutorado em ciência da computação na UMD e autor principal do artigo publicado no “Journal Science Robotics”, percebe as limitações como "um grande problema porque robôs e muitas outras tecnologias — como carros autônomos — dependem de imagens precisas e oportunas para reagir corretamente a um ambiente em mudança. Então, nos perguntamos: como humanos e animais garantem que sua visão permaneça focada em um objeto estático?".


A partir da pergunta, o grupo se dedicou a entender as microsaccades, que são pequenos movimentos rotacionais oculares e rápidos que acontecem involuntariamente quando uma pessoa tenta focar sua visão. Segundo o estudo, é por meio desses movimentos minúsculos, porém contínuos, que o olho humano é capaz de manter o foco em um objeto e suas texturas visuais, como cor, profundidade e sombreamento. n

*Estagiária sob supervisão de Renata Giraldi

 

 

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