Recentemente, um estudo publicado pelo respeitado National Bureau of Economic Research dos EUA trouxe à tona velhos estereótipos que pareciam estar enterrados. Utilizando o conceito de “atratividade física”, os pesquisadores concluíram que há uma relação causal entre ser atraente e a quantidade de tempo que adultos dedicam aos videogames. Essa descoberta tem levantado preocupações, especialmente para aqueles que já enfrentaram baixa autoestima, insegurança e ansiedade por serem rotulados como geeks de videogame.

 



No artigo, assinado por cinco pesquisadores, a “atratividade física” não é claramente definida, mas é usada para sustentar a tese de que pessoas mais atraentes passam menos tempo jogando videogames. Para fundamentar essa ideia, os autores citam estudos como os de Hamermesh & Parker (2005), Mehic (2022) e Babin et al. (2020), que defendem a influência positiva da beleza na avaliação de professores e alunos.

Como a atratividade física influencia no tempo em videogames?

 



 

A equipe de pesquisa baseou suas conclusões em dados do American Add Health Study, um estudo longitudinal realizado nos EUA que examina a saúde e o bem-estar dos adolescentes à medida que crescem e se tornam adultos. Segundo os pesquisadores, adultos mais bonitos tendem a ter mais amigos próximos, o que torna jogar videogame “mais caro” para eles, pois perdem oportunidades de interações sociais.


Assim, a regra se aplicaria também aos adolescentes fisicamente atraentes, que passariam menos tempo jogando durante a semana em comparação com seus homólogos menos atraentes. Já os adultos atraentes jogam pouco e, quando o fazem, dedicam menos tempo do que os adultos menos atraentes.


Há evidências de que pessoas feias jogam mais videogames?

 


De acordo com o estudo, há duas conclusões principais. A primeira aponta que adolescentes e adultos atraentes gastam menos tempo em videogames devido à maior quantidade de amigos para socializar. A segunda sugere que, no ciberespaço, pessoas consideradas fisicamente menos atraentes adotam identidades visuais bonitas nos jogos, aproveitando o anonimato e a flexibilidade do ambiente virtual.


Quais são as implicações deste estudo?

 


Embora os autores afirmem que a natureza longitudinal do Add Health Study oferece evidências de causalidade, é importante lembrar que correlação não implica causalidade. A afirmação de que “feios jogam mais” perpetua estereótipos prejudiciais e pode reforçar discursos preconceituosos.


O que a ciência diz sobre a relação entre aparência e jogos?

 

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Para aprofundar as reflexões, destacamos alguns pontos-chave do estudo:

Adolescentes e adultos mais atraentes têm uma vida social mais ativa, resultando em menos tempo para videogames;
Pessoas menos atraentes podem recorrer aos jogos para adotar identidades virtuais mais atraentes;
Estudo usa a “atratividade física” como uma variável, mas não explica claramente como ela é medida.
Os autores sugerem que a atratividade custa socialmente aos jogadores, mas essa ideia precisa ser analisada com cautela para evitar reforçar preconceitos. Ao final, o estudo levanta questões sobre como a sociedade vê e trata os gamers, algo que merece atenção e debate.

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