SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O assistente de inteligência artificial (IA) da Meta, Meta AI, começa a chegar ao Brasil, nesta quarta-feira (9/10), com três meses de atraso. O presidente-executivo do conglomerado de redes sociais, Mark Zuckerberg, havia prometido a tecnologia para julho.
A Meta culpou uma medida cautelar da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) pela demora. A sanção administrativa suspendeu a política de privacidade da empresa e, por consequência, impediu a Meta de usar dados de brasileiros para treinar modelos de inteligência artificial.
A ANPD é uma autarquia vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O imbróglio teve início quando a Meta começou, sem pedir permissão, a usar dados de contas abertas do Facebook e do Instagram para desenvolver modelos de inteligência artificial. A ANPD suspendeu a restrição após a Meta se comprometer a deixar o processo mais transparente.
O produto, disponível nos Estados Unidos desde abril, é similar ao ChatGPT e está integrado a Instagram, Facebook e WhatsApp. O lançamento será "gradual", diz a big tech. A ferramenta geradora de textos e imagens, de acordo com a Meta, pode ser usada em pesquisas e bate-papos para realizar tarefas, criar conteúdo e se aprofundar em assuntos sem precisar sair dos aplicativos da empresa.
Parte dos usuários brasileiros teve um aperitivo da experiência prometida pela Meta em um gerador de figurinhas disponível na popular plataforma de mensagens.
A Meta também afirma que lançará uma versão web da IA no endereço "meta.ai". A reportagem tentou acessá-la sem sucesso.
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A Meta alerta que as conversas com o Meta AI não são criptografadas de ponta a ponta. A Meta faz moderação dos bate-papos com a plataforma e pode usar as mensagens enviadas para a IA para treinar outros modelos.
A IA também pode acessar a localização do usuário para dar respostas mais acuradas.
Como acessar a IA da Meta
A Meta AI estará disponível nos chats de WhatsApp e nas abas de mensagem de Instagram e Facebook, além do Messenger.
Em uma dessas seções, o usuário deve clicar no ícone de novas mensagens no canto superior direito e depois na opção "criar um bate-papo com IA". Depois, em "Meta AI".
Para conversar com a inteligência artificial, basta mandar mensagens, da mesma forma com que funciona o ChatGPT. O Meta AI também recebe mensagens em áudio.
Também é possível chamar o Meta AI em conversas com terceiros e em grupos em WhatsApp, Instagram e Facebook. Para isso, a pessoa deve mencioná-lo, com o comando @Meta AI, e adicionar as instruções na sequência.
Dentro do bate-papo com a IA, é possível usar o comando /ai-options (opções de IA) para ver sugestões de comando. O comando /imagine (imaginar em inglês), por exemplo, tem a função de gerar imagens.
Como evitar que a Meta use seus dados para treinar IA
Facilitar a recusa do uso de dados para treinar modelos de IA foi uma das condicionantes impostas pela ANPD para que a Meta pudesse usar dados pessoais de brasileiros para treinar modelos de inteligência artificial da empresa.
Logo no topo da política de privacidade, a Meta adicionou um aviso de que usaria as informações públicas dos usuários para treinar IAs. Esse texto contém um link para o usuário se opor ao uso de dados contidos nas redes sociais para o desenvolvimento de modelos de IA.
Agora, é necessário informar apenas o email para fazer a solicitação. Justificar a oposição é opcional. A Meta afirma que a resposta ao pedido chegará via email.
Outra exigência da ANPD foi de que pessoas sem conta na Meta também possam pedir a exclusão, uma vez que fotos e textos contidos na rede social podem fazer referência a amigos e familiares.
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Esse formulário está disponível na política específica da Meta para IA Generativa ou neste link. O usuário pode informar se quer acessar, excluir ou restringir o processamento de dados.
Para isso, a Meta solicita informações, como nome, endereço de email e informações sobre as publicações que fazem menção à pessoa, para poder encontrá-las.